Do Lógico ao Abstrato: A Ciência no Cotidiano

23 a 28 de outubro de 2017

Trabalho 8576

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Ecologia
Setor Departamento de Biologia Geral
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Nathália Silva
Orientador Mayara Moledo Picanço
Outros membros Bruno Moura de Souza, Daniel Lucas Silva, Daniela Grijó de Castro, FLAVIA MARIA DA SILVA CARMO
Título Reconhecimento de compostos prejudiciais de Mikania glomerata Spreng. (1826) por formigas cortadeiras Acromyrmex subterraneus Forel. (1893)
Resumo As formigas da espécie Acromyrmex subterraneus Forel. (1893) apresentam o hábito de cortar folhas as quais são utilizadas como substrato no cultivo do fungo do qual se alimentam. Essa relação antagônica atua como pressão seletiva por parte das plantas no desenvolvimento de estratégias de defesa. Observações preliminares a campo demonstraram que formigas cortadeiras evitam o forrageio de Mikania glomerata Spreng. (1826), uma espécie popularmente conhecida como “guaco”, cujo gênero possui compostos reconhecidos na literatura como potencialmente antifúngicos, inseticidas e antinutritivos. Diante do exposto, este trabalho teve como objetivo verificar as interações de formigas A. subterraneus com o guaco, observando e avaliando: a herbivoria, a preferência e a possível existência de compostos voláteis no guaco. Foram utilizados oito formigueiros de A. subterraneus, mantidos em potes à temperatura constante de 25°C, fotofase de 12 horas e supridos diariamente com folhas de Acalypha wilkesiana Müll. Arg. (1866). No teste de herbivoria (1), quatro colônias foram privadas do recurso por 48 horas e o controle foi mantido com recurso até o início do teste. No teste de preferência (2), o recurso alternativo utilizado foram folhas de A. wilkesiana. Para os dados obtidos foi aplicada uma análise de variância (ANOVA), seguido de teste t. Os testes 1 e 2 foram analisados no software ImageJ. No teste dos voláteis (3) foram fornecidos 20 discos circulares cortados a partir do limbo da folha para cada colônia, e os potes foram posteriormente vedados para evitar o escape dos possíveis voláteis. As colônias controle foram vedadas sem nenhuma folha. O teste consistia em observa-las durante 30 minutos, dos quais a cada 5 tomava-se nota a respeito da interação entre as operárias e os discos foliares. No teste 1 a taxa de herbivoria sobre guaco foi de 0% para todos os 8 ninhos testados. No teste 2 a formiga preferiu a A. wilkesiana (F1,15=49,00; P<0,0001). No teste 3, o tempo decorrido entre o corte dos discos e a vedação dos ninhos foi de 45 segundos. Apenas dois discos foram carregados após 25 minutos do início do teste, mas nenhum foi levado para o interior dos ninhos indicando, assim, a presença de voláteis. Esse comportamento pode ser explicado pelo fato dos compostos voláteis se dissiparem com o passar do tempo, permitindo a aproximação das formigas. O comportamento de evitação observado nos dois primeiros testes pode ser explicado por alguma característica físico-química da planta que impede as formigas de a cortarem. Conclui-se que a formiga A. subterraneus não corta folhas inteiras de guaco, tendo preferência por folhas de A. wilkesiana. E este trabalho indica que isso acontece devido à presença de compostos voláteis e antinutritivos que podem inibir/impedir as formigas de cortarem folhas do guaco. Entretanto, é necessário mais estudos para averiguar os efeitos dos compostos químicos presentes nas folhas do guaco sobre a A. subterraneus e seu fungo mutualista.
Palavras-chave interação inseto-planta, herbivoria, guaco
Forma de apresentação..... Painel
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