Resumo |
A espécie Coffea arabica é autógama com base genética estreita. No Brasil, as variedades de cafeeiros introduzidas mais representativas foram a Típica e o Bourbon, essas deram origem a outras cultivares. Devido a importância comercial do café arábica, para os programas de melhoramento é essencial que essa espécie seja conservada em bancos de germoplasma. Além disso, o conhecimento da variabilidade genética existente entre e dentro de populações é desejado por permitir a caracterização dos indivíduos e, dessa forma, evitar acessos redundantes. Os marcadores moleculares detectam o polimorfismo ao nível de DNA sendo eficazes para quantificar a variabilidade genética, destacando-se os marcadores microssatélites (SSR). Diante disso, o objetivo foi estudar dez populações de café arábica: Típica, Sumatra, Amarelo de Botucatu, Mundo Novo, Catuaí Vermelho, Catuaí Amarelo, Bourbon Amarelo, Bourbon Vermelho, Caturra Vermelho e Caturra Amarelo, totalizando 109 genótipos. Essas populações são pertencentes ao Banco Ativo de Germoplasma (BAG) da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), localizado na cidade de Patrocínio, Minas Gerais. Seis marcadores moleculares (SSR) polimórficos foram selecionados para estimar a diversidade genética entre e dentro das populações por meio da análise de variância molecular (AMOVA), implementada no software Genes. Observou-se variação genética de 27,41% dentro da população e 72,59% entre populações. Devido o café arábica ser espécie autógama, com taxa, aproximada, de 10% de fecundação cruzada, esperava-se menos variabilidade genética dentro da população. Isso indica que pode ter ocorrido polinização cruzada no local de coleta, e também que o material genético que constituí o BAG da EPAMIG seja originado de sementes coletadas de diferentes lavouras. Outras justificativas seriam a possibilidade de mistura de sementes e ou erros na identificação dos cafeeiros. Os marcadores moleculares SSR foram eficientes em detectar diferenças genéticas entre as populações e a base genética estreita em café arábica. Esses marcadores também foram capazes de detectar mistura varietal dentro das populações, o que gerou mais variabilidade genética a ser explorada pelos programas de melhoramento do cafeeiro. |