Do Lógico ao Abstrato: A Ciência no Cotidiano

23 a 28 de outubro de 2017

Trabalho 8560

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Ensino
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Educação
Setor Departamento de Educação
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Lucas Araujo Silva
Orientador HELOISA RAIMUNDA HERNECK
Outros membros Ananda Dutra da Silva Camargo, Jessica Martins de Lima, Karina Zandonadi Nunes, Lívia Martins Soares
Título Gênero e sexualidade: os acarretamentos das políticas públicas para o debate do tema nas escolas
Resumo Falar em educação no Brasil esbarra em histórias de preconceito e desigualdade social. Isso porque a formação da sociedade se dá, desde a colonização, por autoritarismo, influência da igreja e pensamentos preconceituosos em vista do que é diferente. Desde sempre há uma imposição de padrões e normas para aquelas pessoas que não são iguais àqueles que se consideram superiores. Ao levar isso para o contexto histórico-educacional, a exclusão do ensino formal para as mulheres se dava porque eram consideradas inferiores e, por serem donas de casa, não havia a necessidade de serem alfabetizadas. Esse é um pensamento do tempo da era colonial do Brasil, mas que persiste nos dias de hoje, embora, desde a Constituição do Brasil de 1988 homens e mulheres sejam reconhecidos iguais perante a lei e é garantido o acesso à educação a todos, independente de classe social, religião ou sexo. Porém, ainda que a Constituição assegure a igualdade de acesso e permanência escolar, as Leis de Diretrizes e Bases da Educação (1996), o Parâmetro Nacional Curricular (PNC) e os Planos de Educação ajudam a disseminar outras estruturas de ordem de gênero e sexualidade. Isso porque tratam esses temas como assuntos relacionados à saúde e não como uma forma de questionar a desigualdade e o preconceito. Além disso, hoje há muitos projetos com propostas de intervenção sobre o que o professor deve ou não tratar no ambiente da sala de aula, como o projeto “Escola Sem Partido”. Essa ausência de estratégias no que se refere a gênero e sexualidade nos planos de educação motivou a articulação de uma pesquisa nos documentos nacionais e municipal de educação, além de uma entrevista com a secretária de educação e a diretora pedagógica do município. Foi uma iniciativa ligada a disciplina EDU 144 – Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio do Departamento de Educação da Universidade Federal de Viçosa. Os objetivos principais foram entender como a discussão do tema é afetada pelas políticas públicas nas escolas de Viçosa (MG), compreender as implicações da “Escola sem Partido” para a abordagem das ideologias de gênero e sexualidade e refletir como essas implicações podem interferir na didática do professor. Diante do pesquisado, percebe-se que são notórias as atitudes em querer coibir a atuação dos professores que proíbem a discussão de gênero na educação nacional. Todas as metas relativas à questão de gênero foram retiradas dos Planos Nacional e Municipal de Educação. Os pertencentes aos setores mais conservadores da sociedade argumentam que não é dever do docente essa discussão e acreditam que esses princípios, morais e crenças devem ser ensinados na família e o tema é um afronte a “família tradicional”. Porém, acreditamos que negar e proibir as discussões sobre gênero e sexualidade é o mesmo que deixar em aberto caminhos para que todo tipo de violência e preconceito continuem perpetuando em nossa sociedade.
Palavras-chave Políticas públicas, Gênero e sexualidade, Escola sem partido
Forma de apresentação..... Oral
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