Do Lógico ao Abstrato: A Ciência no Cotidiano

23 a 28 de outubro de 2017

Trabalho 8529

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Pós-graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Lingüística
Setor Departamento de Letras
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Bárbara Albuquerque Gomes Lopes
Orientador MONICA SANTOS DE SOUZA MELO
Título Imaginários sociodiscursivos presentes no editorial da Carta Capital
Resumo A Carta Capital é uma revista semanal brasileira fundada em 1994 pelos jornalistas Bob Fernandes e Mino Carta, atual editor. Possui uma postura de análise crítica que se distancia de outras da categoria. Pichelli, Pedro e Carvalho (2006) apud Barbosa et al (2014) apontam que sua linha editorial possui um padrão diferente das demais revistas do gênero e que, apesar de ser classificada na editoria de economia e negócios, traz informações gerais e realiza análises político-econômicas nacionais e internacionais. Segundo o editor, “o jornalismo é o exercício do espírito crítico, ele deve fiscalizar o poder e não fazer parte dele” (MINO CARTA, apud COMUNITÀ ITALIANA, 2001). Assim, com a instauração do processo de impeachment de Dilma Rousseff em 2016, a revista se posicionou contrária e engajada no discurso de que o processo foi um “golpe”. Durante o julgamento do impeachment, Mino Carta escreveu editoriais se posicionando sobre a política brasileira e é nesse contexto que nossa pesquisa se desenvolve. O objetivo geral é analisar os imaginários sociodiscursivos sobre o impeachment presentes no editorial da edição 914, de 17 de agosto de 2017, da Carta Capital. Os específicos são dois: 1) identificar o modo de organização do discurso predominante no editorial e 2) verificar as estratégias discursivas utilizadas por Mino Carta para construir a tese do golpe. A metodologia se ampara na Teoria Semiolinguística, que propõe a análise discursiva em duas etapas. Primeiro, a descrição dos dados, que compreende a identificação dos estratos que os constituem e a decomposição desses dados em suas formas semiolinguísticas, que compreende a descrição dos modos de organização do discurso, do qual a matéria linguística se compõe. Posteriormente, a interpretação desses dados, que consiste na identificação dos chamados imaginários sociodiscursivos. Essa metodologia se insere na proposta de Charaudeau (2008) sobre a situação social na qual o ato de comunicação é produzido, regulado por um contrato comunicativo e resulta de escolhas associadas aos modos de organização do discurso. Esses modos são, segundo o autor, uma maneira de ordenar categorias da língua conforme as finalidades discursivas do ato de comunicação e são divididos em enunciativo, descritivo, narrativo e argumentativo. A descrição dos modos permite o entendimento dos imaginários sociodiscursivos veiculados por meio do discurso. Segundo Charaudeau (2006a), os imaginários sociodiscursivos se concretizam em saberes do conhecimento e de crença. O primeiro procede da representação racional sobre a existência dos seres e fenômenos do mundo. Já a natureza da crença está relacionada ao ato de comentar o mundo, ou seja, fazer existir o mundo através do olhar subjetivo de um sujeito. A pesquisa nos permitiu identificar a utilização de uma série de procedimentos de ordem argumentativa que corroboram a tese de que o impeachment é um golpe e de que o governo resultante desse golpe é incompatível com a democracia.
Palavras-chave discurso jornalístico, imaginários sociodiscursivos, impeachment
Forma de apresentação..... Oral
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