Resumo |
Atualmente tem sido observado um grande crescimento na busca por fontes renováveis de geração de energia, uma vez que a dependência dos combustíveis fósseis é preocupante, por este ser um recurso finito. A utilização da biomassa vegetal é uma alternativa com grande potencial de expansão. O eucalipto (Eucalyptus spp) é uma matriz energética potencial devido sua alta plasticidade ambiental, crescimento rápido e não ser utilizado como alimento. Como o Brasil é referência na eucaliptocultura, esse trabalho teve como objetivo mostrar o potencial da biomassa de eucalipto para a geração de energia, bem como uma visão geral das perspectivas futuras desse setor. Realizou-se revisão na literatura sobre a situação nacional atual da produção de eucalipto, seu potencial para geração de energia, suas principais formas de conversão e as perspectivas do setor. O Brasil é um dos maiores produtores de eucalipto do mundo, com produtividade média de 36 m³/ha, sendo a maior parte da produção destinada à indústria celulósica e de carvão vegetal. O eucalipto é muito utilizado para a geração de energia, devido sua densidade, poder calorífico, umidade e teor de minerais ideais para essa finalidade. Os processos mais comuns para converter a biomassa de eucalipto em energia são a combustão direta, pirólise, gaseificação e, como forma promissora, a geração de etanol de primeira e segunda geração. A combustão direta é o método mais antigo, sendo necessário combustível, comburente e fagulha. A pirólise é a carbonização dos constituintes da madeira em altas temperaturas e em ambiente e com restrição de oxigênio, resultando na formação do carvão vegetal. O carvão vegetal tem a vantagem de apresentar maior poder calorífico, menor volume e umidade, comparado à madeira bruta, facilitando seu transporte e armazenamento. A gaseificação consiste na conversão do combustível sólido em gás energético, pela oxidação parcial a temperaturas elevadas, o que contribui para a redução das emissões globais de CO2. No futuro, a biomassa de eucalipto pode ser ainda melhor aproveitada, pois está em fase de desenvolvimento a fermentação das cascas de eucalipto para produção de etanol. Os carboidratos solúveis das cascas são prontamente disponíveis para a produção de etanol de primeira geração pela fermentação convencional. O etanol de segunda geração é produzido após a hidrólise do material pré-tratado com substâncias ácidas ou alcalinas. Esse processo é promissor porque permite o aproveitamento dos resíduos lignocelulósicos resultantes do setor madeireiro, mas são necessários investimentos em pesquisas e desenvolvimento de técnicas que tornem o processo viável economicamente. No Brasil as condições edafoclimáticas são ideais para a cultura do eucalipto e ainda tem-se a possibilidade de aumentar a produtividade por meio de melhoramento genético. Com o trabalho efetuado, conclui-se que, o país apresenta potencial para reduzir cada vez mais sua dependência em relação aos combustíveis fósseis. |