Resumo |
A soja, cultura de grande relevância para o agronegócio brasileiro, destaca-se por sua participação marcante na economia nacional, bem como sua crescente expansão na alimentação humana. Dessa forma, o seu consumo pode ser uma alternativa ao suprimento de carências nutricionais que acometem parte da população mundial. Grande parte dos problemas nutricionais que atingem os seres humanos está atrelada à deficiência de Zinco. A biofortificação agronômica de alimentos é, portanto, uma estratégia para aumentar a disponibilidade de Zn para os seres humanos. O presente trabalho teve por objetivo avaliar o potencial de biofortificação de grãos de soja com Zn através do manejo da adubação e os efeitos do enriquecimento na produtividade da cultura. O estudo foi dividido em duas etapas: enriquecimento dos grãos/sementes e avaliação da produtividade das plantas a partir de sementes enriquecidas com Zn, ambas conduzidas em casa de vegetação. Utilizou-se um Latossolo Vermelho-Amarelo da região de Viçosa-MG, em vasos de 4dm³ corrigido com uma mistura de CaCO3 e MgCO3 após 15d de incubação umedecido a 80 % da capacidade de campo. As adubações foram realizadas de acordo com Novais et al. (1991), sendo o P e o Zn aplicados em volume total na ocasião do plantio e os demais macro e micronutrientes parcelados em cinco aplicações. Cultivou-se quatro plântulas da cultivar TMG 1175 RR. A Etapa de enriquecimento das sementes teve oito tratamentos, com três doses de fertilização de Zn no solo (0, 4 e 8 mg dm-3) e seis doses foliares de Zn (0, 4, 8, 12, 16 e 24 kg ha-1) combinadas com a dose de referência de 4 mg dm-3 para o solo. Utilizou-se o delineamento em blocos casualizados com cinco repetições. A adubação foliar de Zn foi realizada no estádio R3 utilizando-se sulfato de zinco. Determinaram-se os componentes de produtividade e os teores de macro e micronutrientes nos grãos. A segunda etapa foi composta por dez tratamentos constituindo-se de duas doses de Zn no solo (0 e 4 mg dm-3) e cinco teores de Zn nas sementes (35,1; 51,5; 56,8; 62,5 e 68,5 mg kg-1), fatorial 2 x 5. Foram avaliados os componentes de produtividade. A aplicação de doses de Zn no solo e a combinação das aplicações no solo e nas folhas não tiveram efeito sobre a produção. No entanto, promoveram aumento de 75 e 95 % no teor de Zn nos grãos, respectivamente, em relação à testemunha. O teor máximo de Zn nos grãos foi 68,4 mg kg-1, obtido com a dose foliar de 22,97 kg ha-1 combinada com a aplicação de 4 mg dm-3 no solo. Os produtividade não foi influenciada significativamente pelos teores de Zn nas sementes. Conclui-se, portanto, que a soja apresenta potencial para biofortificacao dos grãos com Zn, entretanto, em um solo com 0,67 mg dm-3 de Zn extraído por Mehlich-1 este enriquecimento entre os teores35,1 e 68,5 mg kg-1, não afetam a produtividade da cultura. |