Resumo |
Introdução: O hipismo clássico (salto) é dentre as atividades equestres a que mais se destaca sendo, portanto importante levantar dados de como o organismo do animal se comporta no desempenho desta atividade e se de alguma forma este exercício pode desencadear uma resposta de fase aguda (APR), sendo esta caracterizada como uma reação sistêmica não específica iniciada por várias citocinas como interleucina (IL-1β, IL-6) e fator de necrose tumoral alfa (TNFα), que provocam uma variação (aumento ou diminuição) da concentração sérica de algumas proteínas específicas, denominadas de proteínas de fase aguda. Objetivo: Quantificar as proteínas de fase aguda séricas de equinos submetidos à atividade de hipismo clássico. Metodologia: Foram utilizados sete animais de ambos os sexos, da raça Brasileiro de Hipismo (BH) na faixa entre seis e doze anos,com peso médio de 570 ± 95 quilos. Treinados na modalidade de hipismo clássico e em atividade regular. Os animais foram submetidos ao exercício em condições de higidez, sob exame físico e clínico, além de exames laboratoriais como hemograma e bioquímica de função renal (uréia e creatinina) e hepática (AST, FA e GGT) que indicaram perfeito estado de saúde. Esse trabalho foi autorizado pelo CEUA UFV sob o nº 77/2015 e registrado sob o nº 50559267742. O exercício consistiu em perfazer um percurso de aproximadamente 350 metros, em piso de areia e doze obstáculos verticais dispostos ao longo do trajeto. Foram coletados sangue em quatro momentos, sendo estes: M0 – animal na baia, imediatamente antes de ser preparado para o exercício; M1 – imediatamente após o término do trajeto; M2 – 15 minutos após o término; M3 – 30 minutos após o término da atividade e M4 – 24 horas após a atividade física. A coleta foi realizada por venopunção da jugular, antecedida por uma antissepsia e executada pelo método de coleta por Vacutainer®. Resultados: Foram analisadas duas proteínas de fase aguda, sendo elas a amilóide sérica A (SAA) e haptoglobina (Hp). Não houve diferença estatística entre os tempos em ambos os casos. Os valores de SAA se mantiveram praticamente lineares entre os tempos e os valores de Hp apesar de não se apresentar estatisticamente diferente entre os tempos, visualmente apresentou um pico imediatamente após o exercício (M1), decaindo gradualmente ao longo dos tempos de coleta. Conclusões: O fato do uso das proteínas de fase aguda como marcador inflamatório causado pelo exercício não ter demonstrado diferença estatística no presente trabalho, não descarta o potencial desta ferramenta no processo de monitoramento do treinamento, sendo talvez mais indicado para exercícios mais prolongados, visto que alguns autores sugerem que tais valores de proteínas seriam mais expressivos para avaliações de eventos com tempo de duração maior, outro fator que pode ter sido decisivo para esse resultado foi o fato destes animais já serem treinados/acondicionados a pratica deste esporte, induzindo uma resposta mais branda pelos mesmos. |