Resumo |
O sêmen criopreservado de equídeos é conhecido pelas baixas taxas de fertilidade. Uma das causas apontadas é a menor proporção de colesterol: fosfolipídeos da membrana espermática. Estudos concluíram que a incorporação de colesterol, via ciclodextrina, ao sêmen de diferentes espécies preservava as características seminais de motilidade total e progressiva, vigor e integridade das membranas plasmática e acrossomal. Em geral, a integridade destas membranas é um dos principais pré-requisitos para o sucesso da criopreservação, uma vez que lesões nestas estruturas acarretam perda de função da célula, comprometendo a fertilidade. O presente estudo teve como objetivo avaliar in vitro os efeitos decorrentes da incorporação de colesterol à membrana plasmática de espermatozoides criopreservados de jumentos da raça Pêga quanto às características de integridade de membrana plasmática e acrossomal. As análises do sêmen descongelado foram realizadas por citometria de fluxo. Para as avaliações, uma alíquota da amostra descongelada foi diluída em meio TALP sperm, em tubo Eppendorf, para obtenção de concentração espermática final de 5 x 106 de espermatozoides/mL. Incubadas por 10 minutos em sondas SYTO-59, Iodeto de Propídio e aglutinina de Pisum sativum conjugada ao isotiocionato de fluoresceína e analisadas. Não houve diferença significativa entre os grupos para a variável AIML (acrossoma íntegro e membrana plasmática lesada), ARML (acrossoma reagido e membrana plasmática lesada) e ARMI (acrossoma reagido e membrana plasmática íntegra). A incorporação do colesterol ao sêmen proporcionou melhores resultados frente a manutenção da integridade das membranas acrossomal e plasmática, de acordo com os resultados observados para a variável AIMI (acrossoma íntegro e membrana plasmática íntegra). Em pesquisas realizadas com a incorporação de colesterol ao sêmen de touros e garanhões, observou-se melhores resultados de viabilidade espermática e integridade de membranas nos grupos que receberam a adição de colesterol. Em jumentos, autores citam como uma forma de preservar o potencial fertilizante da célula. Apesar das diferenças metabólicas, fisiológicas e estruturais entre as espécies, a comparação evidencia que o tratamento do sêmen com colesterol pode ser benéfico a ambas. Na criopreservação, normalmente os espermatozoides podem ser lesados devido à formação de gelo intra ou extracelular e danos à membrana. A membrana plasmática passa por uma fase de transição, do estado líquido para o cristalino, ocorrendo reorganização dos constituintes, alterando suas funções, podendo comprometer a integridade e potencial fertilizante da célula. Embora os resultados in vivo ainda necessitem de maiores estudos, os resultados in vitro da adição do colesterol tem revelado uma maior preservação da célula durante o processo de criopreservação. |