Resumo |
O presente trabalho foi desenvolvido por um grupo de estudantes da disciplina PRE 411 - “Base Neural e Cultural da Aprendizagem”, coordenada pelos professores do Grupo de Estudos em Neurociência e Educação - GENE. Esta disciplina foi constituída por estudantes de nove cursos de graduação, com o objetivo de fomentar a reflexão a respeito da relação entre neurociência e educação, especificamente dos processos de ensino e aprendizagem. O ponto de partida do estudo foi a realidade escolar. Para tanto, a experiência educativa desenvolvida pela APOV (Apoiando Possibilidades de Vida), entidade localizada no bairro Nova Viçosa, foi o locus de observação da realidade selecionada como base da disciplina. A Apov é uma entidade que tem por objetivo formar indivíduos capazes ao exercício da cidadania e vem nos últimos anos criando uma metodologia de ensino baseado na autonomia das crianças. Assim, o grupo escolheu o tema “Relações Interpessoais Gerando Autonomia”, que teve como objetivo investigar como as relações interferem no desenvolvimento, ou não, da autonomia, e como isso ocorre de forma concreta na APOV. Foram realizadas entrevistas com docentes da UFV, bem como docentes, coordenadores e alunos da APOV. Além disso, foram feitas visitas ao local, a fim de se observar o cotidiano dos alunos e analisar como as relações interpessoais interferiam na forma de ser dos alunos. Como produto do trabalho, foi criado um documentário, no qual se procurou responder às seguintes indagações: você já parou para pensar em como as relações que você mantém no seu dia a dia interferem na sua forma de ser? Estamos nos relacionando a todo o momento, você sabe como estas relações podem interferir em nosso desenvolvimento? Como a Neurociência pode explicar tais relações? Do estudo realizado verificou-se que a conquista da autonomia exige olhar as crianças como aprendizes ativos, capazes de assumir o controle da sua própria aprendizagem. Os estudantes desenvolvendo a capacidade de ensinar a si mesmos. Destacou-se, assim, o conceito de metacognição, a capacidade de orquestrar a aprendizagem, a capacidade de reflexão sobre o próprio desempenho. Ela é desenvolvida gradualmente e depende das experiências vividas. A metacognição assume a forma de uma conversa interior e pode, portanto, auxiliar os estudantes a “aprenderem como se aprende”. Conclui-se que há mais de uma maneira de se aprender, mais de uma maneira de ser inteligente. Todas as experiências vividas dentro da escola, dependendo das relações estabelecidas, podem gerar autonomia. O desenvolvimento do indivíduo, enquanto ser humano, passa pelo aprendizado de se viver em sociedade. Sendo assim, as relações interpessoais exercem uma função importante para o desenvolvimento da autonomia. |