Resumo |
O empreendedorismo enquanto fenômeno societal tem se demonstrado multifacetado e eclético com alcance em diversas áreas do conhecimento e, especificamente, carece de atenção o seu recorte no contexto da Administração Pública. Há fortes indícios do governo/Estado empreendedor nas suas distintas esferas (Mazzucato, 2014; Leyden e Link, 2015; e Osborne e Gaebler, 1998), sendo assim tem-se o desafio de se compreender como os agentes públicos absorvem caracteristicas empreendedoras. O foco é a andragogia do Empreendedorismo no Setor Público (ESP). Com efeito, o objetivo deste estudo é mapear a produção científica sobre a educação para o ESP, visando diagnosticar os principais condicionantes/determinantes deste fenômeno no setor público. Essa empreitada envolve noções das origens, bases conceituais e teorias sobre empreendedorismo, bem como a sua apropriação pelo setor público. Autores como Morris e Jones (1999); Paiva Jr. e Sousa (2010); Agra e Chaves (2014), dentre outros vão contribuir neste sentido. Outros, tais como Walter (2012), Premand et al. (2016), Kakouris (2011), Filion (1999a e 1999b), Kyro (2015), Katz (2003) e mais alguns vão revelar o potencial da educação para o empreendedorismo, com sutilezas que alcançam o setor público. Neste intuito, os procedimentos metodológicos adotados enquadram esta pesquisa no nível exploratória-descritiva e quanto aos meios no tipo bibliográfica. Trata-se de um meta-estudo qualiquantitativo da produção científica. Nesse ínterim foram selecionados 100 artigos em periódicos internacionais classificados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) nas bases de dados Scielo, Spell, Web of Sciense e Scopus para averiguação. Os meta-estudos objetivam fazer reflexão e análise crítica dos artigos publicados em revistas e congressos (CAPELLE et al., 2006). Os resultados constatados preliminarmente revelam que as principais condicionantes e/ou determinantes da educação para o empreendedorismo no setor público envolvem um agregado de variáveis, tais como: proposição de cursos característicos; infraestrutura suplementar; publicações específicas e relevantes academicamente; conjuntura econômica favorável; expertise dos docentes; perfil dos alunos (vocação, conhecimento tácito, tempo, idade, maturidade, herança familiar, visão mercadológica); fatores culturais; compromisso governamental; papel das instituições de ensino (interesse, projetos pedagógicos, metodologias ativas) dentre outras. Conclui-se que essas variáveis podem endossar categorias de análise que abrem caminho para a definição de um protocolo de pesquisa capaz de mensurar com precisão o potencial da educação para o ESP e os seus desdobramentos no progresso de uma nação, por meio de políticas públicas e do desenvolvimento de burocratas em empreendedores nas organizações públicas. |