Resumo |
As éguas são fêmeas classificadas como poliéstricas estacionais e seu ciclo estral é regulado principalmente pelo fotoperíodo. Em fotoperíodos mais longos, sua atividade folicular é maior. Isso ocorre devido ao estímulo da retina pelos raios solares, gerando sinais nervosos que inibem a liberação de melatonina pela glândula pineal. A melatonina, por sua vez, é um hormônio supressor do GnRH (Hormônio Liberador de Gonadotrofinas), sendo este responsável por estimular a liberação de FSH (Hormônio Folículo Estimulante) e LH (Hormônio Luteinizante) pela hipófise, responsáveis pela atividade ovariana e, consequentemente, folicular. O FSH estimula o desenvolvimento dos folículos ovarianos, que passam a produzir e secretar estrógenos, responsáveis pela geração dos sinais característicos do estro. Já o LH, é o responsável pelo estímulo da ovulação e formação do Corpo Lúteo, sendo este, produtor de progesterona, a principal responsável endócrina pela manutenção da gestação. Nas éguas, o desenvolvimento folicular ocorre em ondas, nas quais vários folículos entram em maturação juntos, porém apenas um se desenvolve por completo, chegando à ovulação. No Brasil, o período de menor luminosidade, levando à maior liberação de melatonina e diminuição da atividade folicular, está compreendido entre os meses de março e setembro (outono e inverno), sendo o início deste período denominado Período de Transição Reprodutiva. Nesse período, os ovários se encontram polifoliculares e o útero flácido e sem edema endometrial. Objetivou-se com este trabalho avaliar a quantidade de fêmeas que apresentaram atividade folicular no período de transição reprodutiva. Para isso foi utilizado um aparelho de ultrassom Mindray DP2200 Vet, com probe transretal de 5 MHz para a observação de 19 animais da raça Mangalarga Marchador cedidos pelo Setor de Equideocultura da Universidade Federal de Viçosa no período entre janeiro e maio. Os critérios utilizados para definir a presença de atividade folicular foram a observação da presença ou ausência de desenvolvimento de folículo dominante e a ecotextura uterina, considerando-se que animais em estro devem apresentar tônus uterino e edema endometrial, caracterizado pela dilatação das pregas endometriais. Dos 19 animais analisados, observou-se que 5 apresentavam desenvolvimento de folículo dominante e edema endometrial durante o período de transição (representando aproximadamente 26,3% dos animais pesquisados), enquanto os outros 14 animais apresentavam-se em anestro, observando-se ovários polifoliculares e útero flácido e sem edema endometrial. Conclui-se que a ocorrência de atividade folicular em éguas da raça Mangalarga Marchador durante o período de transição reprodutiva é relativamente baixa, sendo que a grande maioria dos animais é encontrado em anestro, correspondendo aos os dados encontrados na literatura. |