Resumo |
A pesquisa foi desenvolvida tendo por base as ações e o discurso dos principais agentes envolvidos nas políticas de identificação, preservação e difusão do patrimônio cultural brasileiro. Para isso, analisamos publicações do principal órgão responsável pela preservação deste patrimônio: o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Uma atenção especial foi dada à Revista do Patrimônio, principal publicação do Instituto. Assim, o período de estudos corresponde ao mesmo de circulação das publicações. Esta produção foi pesquisada simultaneamente ao estudo da legislação pertinente, tanto nacional como internacional. O objetivo foi compreender e discutir de que maneira o pensamento e as ações da instituição aproximam-se ou distanciam-se das linhas de pensamento adotadas no Ocidente, em relação à preservação e valorização do patrimônio e como estas contribuíram para formação de uma certa identidade nacional. A metodologia consistiu no levantamento de artigos publicados pela Revista e verificamos uma vasta variedade de conteúdos, assim como um extenso numero de colaboradores. Dessa maneira, a pesquisa não exauriu todos exemplares da revista. A classificação do material extraído foi organizada de maneira resumida em dois quadros, embora o projeto inicial aponte para a construção de apenas um. O primeiro dispõe dos autores, temáticas, período e tendência de aproximação. O segundo relaciona autores, instituições, movimentos, profissão, nacionalidade, anos de nascimento e morte, além de uma coluna extra para observações que julgamos pertinentes. Também foi feita a leitura e consulta a legislação de referência. Como conclusão, podemos aferir a existência de forte tendência, do órgão, a aproximação de linhas de pensamentos ocidentais, através dos artigos e suas associações a países e autores da França, Holanda, Inglaterra, etc. Sobretudo, observamos maior aproximação com Portugal, explicado por ter sido o legado colonial o objeto por excelência dos agentes de patrimonialização no Brasil. Também podemos reconhecer influências advindas da Alemanha, França, Estados Unidos, a partir das vivências de alguns interlocutores da revista, brasileiros, que em algum momento de suas carreiras passam temporada nesses países, a estudos ou a trabalho. As temáticas mais abordadas versam a respeito de arquitetura e arte colonial e, em menor medida, arte indígena, enfatizando, nesses artigos, o privilegiamento relativo ao “patrimônio material”, em especial, o de “pedra e cal”. |