Resumo |
INTRODUÇÃO: As transformações que permeiam o processo de gestar, parir e maternar são mais intensas para as primíparas, sobretudo no parto. Geralmente, ele é visto como doloroso e sentimentos como medo, tensão e insegurança estão presentes. Entretanto, a forma em que é realizada a assistência pode contribuir para uma experiência positiva, sem intervenções desnecessárias. Os profissionais de saúde envolvidos neste cenário podem realizar as medidas não invasivas para o trabalho de parto com intuito de aliviar a dor, reduzir a ansiedade, medo e contribuir para a progressão do trabalho de parto.OBJETIVO: Analisar a prevalência das medidas não invasivas de trabalho de parto realizadas na assistência às primíparas atendidas em uma maternidade no município de Viçosa (MG). METODOLOGIA: trata-se de um estudo transversal, realizado através da aplicação de um questionário às puérperas e dados retirados do prontuário. A coleta de dados se deu no período de novembro de 2015 a outubro de 2016. A amostra inicial foi de 222 primíparas e foram excluídas 99 mulheres submetidas à cesariana eletiva, cesariana de urgência ou que tiveram falha na indução do trabalho de parto. Sendo a amostra final de 123 primíparas. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa com seres humanos da Universidade Federal de Viçosa. RESULTADOS: Verificou-se que dentre as medidas não invasivas de trabalho de parto, 49% das entrevistadas deambularam durante o trabalho de parto e 41% adotaram diferentes posições. Sabe-se que a mudança de posição e deambulação contribui para um parto mais fisiológico, diminui o tempo de trabalho de parto, melhor oxigenação fetal, as contrações uterinas são mais eficazes e menos dolorosas e facilita a rotação e saída do feto. Cerca de 45% das primíparas realizaram banho de aspersão com agua morna e as técnicas de respiração. A hidroterapia contribui para o relaxamento da musculatura, reduz o medo e a ansiedade, diminui a dor excessiva, acelera o trabalho de parto e corrigi a distócia emocional. Já a respiração profunda aumenta o aporte de oxigênio ao feto e auxilia na centralização da mulher por meio da ativação dos receptores corticofugais. Apenas 30 % da amostra realizaram os exercícios na bola suíça. Compreende-se que esse objeto auxilia a mulher a adotar posições que diminuam a pressão sobre o períneo, realiza massagem perineal, favorece a descida e rotação fetal e promove maior controle do processo de parir. A massagem foi realizada em 20% das mulheres. Sobreleva-se que esta técnica promove relaxamento da musculatura, troca de calor, acelera o trabalho de parto, diminui a tensão e a dor, pois ocorre a ativação do córtex primitivo e maior liberação de ocitocina endógena e endorfinas. CONCLUSÃO: Diante disso, faz-se necessário a sensibilização dos profissionais inseridos na assistência obstétrica quanto à importância destas medidas a fim de transformar esta realidade e promover uma assistência mais qualificada e humanizada. |