Resumo |
A irrigação por pivô central tem contribuído em muito com a expansão da agricultura irrigada no Brasil e no mundo, devido a vantagens como facilidade de operação e manutenção, grande autonomia do sistema e flexibilidade quanto à adoção de diferentes estratégias de manejo. A eficiência desse sistema de irrigação constitui importante aspecto para o sucesso do manejo da irrigação e, consequentemente, para o uso racional dos recursos hídricos e para uma maior rentabilidade da agricultura irrigada. O correto dimensionamento aliado à uma estratégia de manejo bem definida, podem otimizar a aplicação de água via pivô central. Neste intuito, o trabalho teve como objetivo realizar um redimensionamento do pivô central da Unidade de Ensino Pesquisa e Extensão – UEPE da Universidade Federal de Viçosa e após o redimensionamento realizar testes de precipitação para se estimar a uniformidade de aplicação do sistema. A partir dos cálculos para redimensionamento do pivô, obteve -se um “CUC de Projeto” de aproximadamente 93% e uma lâmina de 1,90mm. Logo após o redimensionamento, os testes de precipitação foram realizados em campo utilizando o pivô central ASBRASIL PA3 Light de 2,2 hectares, onde foram instalados emissores de placa rotativa oscilante ( I-Wob UP3 Senninger®) espaçados entre si em 4,20m. Os emissores foram instalados em tubos de descidas a uma altura do solo de 2 metros, com válvulas reguladoras de pressão de 10psi. Para a coleta das lâminas do ensaio foram utilizados coletores Fabrimar®, que foram dispostos em faixas, espaçados de 3 em 3 m, formando faixas com 84 m de comprimento com 28 coletores cada. As faixas foram dispostas cobrindo toda a área em um formato de cruz, além disso, foi disposto uma faixa extra formando um ângulo de 3° com outra faixa, seguindo as recomendações da norma ABNT NBR 14244. Juntamente com a coleta das lâminas do ensaio, foi utilizado uma estação meteorológica E5000 Irriplus ®, que registrou e aferiu a precipitação, temperatura, umidade relativa, velocidade do vento e radiação solar, durante o período de teste. Após a realização dos testes de precipitação em 3 diferentes horários ( manhã, tarde e noite), foi aplicado a metodologia do cálculo da uniformidade através do CUC – Coeficiente de Uniformidade de Christiansen, onde obteve-se valores médios de CUC de 91,5%. Os valores encontrados de uniformidade foram satisfatória em função da qualidade dos emissores e das condições climáticas favoráveis (velocidade do vento < 0,5ms¹), minimizando a potencialidade de perdas por evaporação e arraste. O valor de 91,5% é compatível com o valor potencial de 93%. No entanto, espera-se que em condições mais adversas de clima, as perdas possam ser potencializadas e o valor de CUC seja inferior ao obtido no teste, o que evidencia a necessidade e a importância de um correto dimensionamento do equipamento e o adequado manejo de irrigação, visando sempre uma maior eficiência juntamente com uma maior rentabilidade da atividade. |