Resumo |
O setor siderúrgico brasileiro é o único no mundo que utiliza, de forma significativa, o carvão vegetal como termo redutor do minério de ferro, para obtenção de ferro gusa, aço e outras ligas. Cerca de 30% da produção de ferro e mais de 50% da produção de ferro-ligas são obtidos a partir de carvão vegetal. Entretanto um dos principais problemas da utilização do carvão vegetal no setor industrial é a sua baixa resistência mecânica. Nesse contexto, este trabalho teve como objetivo avaliar a relação entre a geração de finos por meio do teste de tamboramento e a resistência mecânica a compressão paralela às fibras do carvão vegetal. Foram utilizados onze clones do gênero Eucalyptus sp., plantados em espaçamento de 3 x 3 m, na época da coleta do material o plantio possuía 6,3 anos. De cada árvore, foram retirados discos de madeira com espessuras de 5 cm a 0%, 25%, 50%, 75% e 100% da altura comercial do tronco. As carbonizações foram realizadas em forno elétrico (mufla) com temperatura final de 450°C e taxa de aquecimento de 1,67° C.min-1. Para determinação das propriedades mecânicas foi realizado o ensaio de compressão paralela às fibras do carvão vegetal e, teste de tamboramento para determinar a friabilidade do carvão. Foi utilizado o delineamento experimental inteira¬mente casualizado, aplicando-se a análise de variância e, quando estabelecidas diferenças significativas, os clones foram comparados entre si, por meio do teste de Scott-Knott, a 5% de significância. Para determinar as correlações existentes entre a resistência a compressão e a geração de finos foi empregado o coeficiente de correlação de Pearson a 5% de significância. Observou-se diferença significativa entre as médias tanto da resistência a compressão paralela às fibras do carvão vegetal quanto da geração de finos para os clones avaliados. De modo geral, o carvão vegetal obtido das espécies avaliadas apresentou baixa geração, com valor médio de 4,98%, o clone 6 foi o que apresentou a maior porcentagem de finos gerados com 5,63%. A resistência a compressão paralela às fibras do carvão foi em média 8,15 MPa, sendo o valor máximo de 8,81 MPa e o mínimo de 6,90 MPa, observados para os clones 8 e 3, respectivamente. Observou-se, alta e positiva correlação (0,68) entre a resistência a compressão paralela às fibras do carvão vegetal e a produção de finos. Os resultados permitem concluir que o aumento na resistência a compressão paralela às fibras do carvão proporciona uma maior geração de finos. |