Resumo |
A osteoporose é uma afecção metabólica do tecido ósseo caracterizada por perda de massa e redução da densidade, além de danos na microarquitetura óssea, levando a um aumento da fragilidade esquelética e do risco de fraturas. O tecido ósseo possui capacidade regenerativa e é capaz de restabelecer sua estrutura óssea quando há processo patológico. No entanto, sua capacidade de reparação é limitada em casos de perda excessiva de tecido, como no caso da osteoporose. Esta perda é uma complicação que tem levado pesquisadores á procura de biomateriais que contribuem para a regeneração óssea. Hidroxiapatita (HA) é o principal componente mineral do osso e sua forma sintética é usada no reparo de fraturas ósseas. A associação entre HA e policaprolactona (PCL) na formulação de biomateriais é uma iniciativa promissora para melhorar a regeneração óssea, compensando limitações individuais, como a fragilidade e a hidrofobia da HA e a baixa bioatividade da PCL. O alendronato (ALN) é um bisfosfonato utilizado no tratamento de várias condições ósseas devido à sua poderosa atividade inibidora de reabsorção óssea, promovendo a proliferação óssea. O presente trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos da associação de compósitos de HA, PCL e ALN em defeitos ósseos circulares de 5 mm de diâmetro produzidos no olecrano direito de coelhas com osteoporose induzida. Dezessete coelhas da raça Nova Zelândia foram distribuídas em três grupos, recebendo como tratamento: (1) compósito de HA (50%), PCL (50%); (2) HA (49,5%), PCL (49,5%) e ALN (1%); e (3) solução salina 0,9%, constituindo o grupo controle. As amostras para análise histológica foram coletadas dos 17 animais aos 42 dias de pós-operatório. O processamento foi realizado por técnicas histológicas de rotina, com descalcificação em solução de ácido fórmico e citrato de sódio. Secções de 5 mm de espessura foram coradas com hematoxilina e eosina. Os valores obtidos na histomorfometria foram avaliados pelo teste ANOVA, seguido pelo teste de Tukey em caso de significância, considerando α = 5%. Não houve diferença estatística entre os tratamentos nos valores obtidos para tecido conjuntivo (p=0,221), osso (p=0,334) e medula (p=0,109), com grande variabilidade individual entre os animais para esses valores. Entretanto, houve diferença na presença de biomaterial (p=0,027). A quantidade de biomaterial encontrada nas amostras do grupo HA + PCL foi maior que zero, comparada ao grupo controle, que não recebeu qualquer biomaterial. Porém, a quantidade de biomaterial no grupo HA + PCL + ALN, embora presente, não pôde ser estatisticamente considerada maior que zero. Isto pode indicar que o biomaterial empregado no grupo HA + PCL + ALN pode ser reabsorvido mais rapidamente que o do grupo HA + PCL. Desse modo, a partir das análises histológicas e histomorfométricas, conclui-se que os tratamentos não aumentaram a formação óssea. |