ISSN | 2237-9045 |
---|---|
Instituição | Universidade Federal de Viçosa |
Nível | Graduação |
Modalidade | Pesquisa |
Área de conhecimento | Ciências Humanas e Sociais |
Área temática | Comunicação |
Setor | Departamento de Comunicação Social |
Bolsa | PIBIC/CNPq |
Conclusão de bolsa | Sim |
Apoio financeiro | Outros |
Primeiro autor | Amanda Cristina Silva Carneiro |
Orientador | MARIANA RAMALHO PROCOPIO XAVIER |
Título | Análise discursiva de narrativas de vida midiatizadas de pessoas em situação de rua a partir da página do projeto SP Invisível |
Resumo | No Brasil, segundo pesquisa realizada pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) em 2015, 101.854 pessoas se encontravam em situação de rua. Enquanto 6,63% delas estavam em cidades com até 10 mil habitantes, outros 40,1% se encontravam em municípios maiores (com mais de 100 mil pessoas). De acordo com o censo feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), também em 2015, a capital paulista concentrava quase 16 mil pessoas na situação, sendo 82% homens, com entre idades de 31 a 49 anos. A ausência de políticas públicas eficientes que garantam os direitos básicos das pessoas em situação de rua, devido justamente à complexidade operacional de uma pesquisa de campo com pessoas sem endereço fixo, aliada à exclusão social e a pouca - e às vezes quase nenhuma - utilização da mídia como informante dessas vozes minoritárias, contribui para o ‘fechar de olhos’ tanto das autoridades como das pessoas-comuns. O sujeito em situação de rua, então, passa a ser ignorado e torna-se praticamente invisível. Esta pesquisa tem como principal objetivo analisar as particularidades dos discursos biográficos postados através de relatos pelo movimento SP Invisível em sua página no Facebook (https:www.facebook.com/spinvisivel/). Atualmente o coletivo conta com mais de 550 mini narrativas de moradores e artistas de rua publicados no Facebook, além de mais de 370 mil curtidas na página, segundo dados de junho de 2017. Ancoramos nossas discussões no conceito de imaginários sociodiscursivos, de Patrick Charaudeau, e de espaço biográfico, de Leonor Arfuch. Para a análise, selecionamos os relatos publicados entre os meses de dezembro de 2016 e janeiro de 2017 e procuramos observar, por meio de uma análise discursiva, como ocorre a construção identitária nos relatos biográficos selecionados. Para isso, selecionamos informações que nos fornecessem pistas da construção de identidade, tais como nome e/ou apelido, identidade de gênero, faixa etária, etnia, período em que está na rua, informações sobre estatuto profissional e principais temáticas abordadas em cada narrativa. Os relatos analisados sugerem modelos de representações do sujeito em situação de rua – como a pessoa em situação de rua enquanto isenta de laços familiares ou trabalho, envolvida com as drogas e à procura de uma solução para sair dessa situação. Essas representações se ancoram, em sua maioria, como saberes de conhecimento de opinião, uma vez que parecem emitir julgamentos pessoais ou apreciações individuais das vidas relatadas. Nossas análises também nos permitem evidenciar que, o Facebook//, plataforma de mídia potencialmente mais democrática e livre, permite que o outro, até agora invisibilizado ou representado através de imaginários de uma ideologia dominante, possa ter certo espaço de fala ou visibilidade, mas pode levar a questionamentos acerca das possíveis seleções e alterações nesses discursos realizadas pelos administradores do projeto. |
Palavras-chave | situação de rua, discurso midiático, rede social |
Forma de apresentação..... | Oral |