Resumo |
INTRODUÇÃO: A gestação e o parto são momentos que marcam a vida da mulher, representam uma experiência singular. Durante este período a mulher passa por inúmeras transformações, que são vivenciadas de maneira diferente. Inicialmente a assistência ao parto era realizada por parteiras, também conhecida como comadres, aparadeiras ou curiosas. Por volta do século XVIII essa assistência passou a ser realizada por médicos, ocorrendo à hospitalização do parto, que proporcionou avanços importantes para assistência, mas também levou a uma série de intervenções. Diante disso, no ano de 1980 ocorreu o processo mundial para humanização do parto, defendendo o mínimo de intervenções e o respeito ao processo fisiológico. OBJETIVOS: Analisar as publicações referentes a historia do parto no Brasil. MÉTODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo, a partir da revisão na literatura realizada na base de dados Biblioteca Virtual da Saúde (BVS), utilizou-se os descritores "Parturition" e "History”, e o operador booleano AND. Incluíram-se as publicações escritas em idioma português, disponíveis na íntegra, independente do ano de publicação. Foram encontradas 42 publicações, das quais foram selecionadas sete, após exclusão de duplicatas, leitura do título, resumo e texto na íntegra. RESULTADOS: De acordo com pesquisa realizada na Maternidade Carmela Dutra de Florianópolis, no período do colonialismo os partos eram realizados pelas mulatas ou brancas portuguesas que pertenciam à classe mais popular da sociedade. Posteriormente estes eram realizados pelas parteiras. Entretanto, no século XIX a classe médica incorporou os conhecimentos referentes ao parto, e as escolas de medicina realizavam o ensino da obstetrícia. Consequentemente, foi criada em 1931 a Maternidade Carlos Corrêa. Pesquisa realizada em Fortaleza observou que a partir de 1910 ocorreu a culpabilização das parteiras devidos as altas taxas de mortalidade materna infantil, assim o parto passou a ser visto como um problema, que necessitava da intervenção médica, levando a criação da Maternidade Dr. João da Rocha Moreira, que a partir de 1915 passou a oferecer o curso de Parteiras Diplomadas, que tinha duração de um ano. Outro estudo abordou o programa de higiene materno-infantil pelo Serviço Especial de Saúde Pública (SESP), instituído no ano de 1944, que fazia parte do Plano de Educação para a Saúde. CONCLUSÃO: Desde a colonização até os dias atuais, o nascimento passou por diferentes fases, inicialmente era considerado um evento feminino realizado apenas por mulheres. Posteriormente houve a hospitalização do parto, e este tornou-se um evento patológico, realizado por médicos, o que levou a desvalorização das parteiras. Entretanto na década de 1980 iniciou-se a discussão sobre a humanização do parto e mudança na prática obstétrica, e o parto novamente passa a ser considerado um evento fisiológico. |