Resumo |
Nos últimos anos a dinâmica do jogo de futebol passou a exigir mais a componente física dos jogadores. Assim, os jogadores precisaram se movimentar e deslocar pelo campo de maneira correta e com maior velocidade, a fim de gerir melhor o espaço de jogo. Desta forma, pensando, sobretudo na fase ofensiva do jogo, compreender a interação da componente física com as demandas táticas do jogo é essencial para que as equipes possam gerar instabilidade na organização defensiva do adversário e criar melhores condições, em termos de espaço e tempo para realização de mais ações táticas ofensivas. Dessa maneira, o presente estudo pretende verificar a correlação entre a intensidade da corrida e o número de ações táticas ofensivas realizadas por jogadores em jogos reduzidos e condicionados. A amostra foi composta por 21 jogadores da categoria Sub-20 (18,6±0,7 anos) de um clube brasileiro da primeira divisão. O número de ações táticas ofensivas dos jogadores foi calculado através do Sistema de Avaliação Tática no Futebol (FUT-SAT), que leva em consideração os princípios táticos fundamentais do jogo de futebol. A intensidade da corrida foi coletada através do aparelho GPSports SPI HPU, e os dados foram divididos nas seguintes zonas: parado (<0,7 km.h-1), caminhando (0,7 – 7,1 km.h-1), trotando (7,2 – 14,3 km.h-1), correndo (14,4 – 19,7 km.h-1), correndo em alta velocidade (19,8 – 25,1 km.h-1) e sprint (>25,1 km.h-1). Para análise estatística, foi realizado o teste de Kruskal-Wallis para verificar a normalidade dos dados. Realizou-se uma correlação de Spearman para verificar a correlação entre as distâncias percorridas nas zonas de velocidades e número de ações ofensivas. Foi utilizado o softwate SPSS (Statistical Package for Social Science) para Windows®, versão 22.0 com valor de p < 0,05. Os resultados demonstraram uma correlação negativa baixa entre o total de ações táticas ofensivas e a distância percorrida caminhando (r = -.64, p<0,004) e uma correlação positiva alta entre distância percorrida correndo em alta velocidade e número de ações táticas ofensivas (r =.56, p<0,015). Conclui-se que, para criar mais espaços buscando superar os adversários, a componente física do jogador é mais exigida, ou seja, necessita-se que o jogador se movimente mais rápido para realizar mais ações ofensivas e permanecer maior tempo com a bola. Com isso, ao se movimentar na zona de alta velocidade a equipe em posse da bola terá um maior controle do jogo, levando maior risco à baliza adversária, e consequentemente, criando situações de finalização. |