Resumo |
No contexto atual há um maior reconhecimento de que a educação é de suma importância para a promoção econômica e social da população brasileira, assim a educação universal é vista como um meio para o alcance da igualdade de oportunidades. Desse modo, é necessário a implementação de políticas públicas com o intuito de alcançar tais objetivos, elaborando ações voltadas para grupos que apresentam vulnerabilidade econômica, raças marginalizadas pela sociedade (negros, pardos e indígenas) e, assim, mitigar a dominação de classes presente no Brasil. Neste cenário foi instituída a Lei n° 12.711, mais conhecida como Lei das Cotas, que visa a democratização dos brasileiros no ensino superior em universidades e instituições federais. Em decorrência da reserva de vagas para minorias dentro das universidades e instituições federais diversos argumentos contra essa política são apresentados, como a diminuição da qualidade dessas a partir do ingresso de cotistas. Embasando neste argumento, este trabalho tem como objetivo identificar se há diferença de desempenho entre estudantes cotistas e não cotistas dentro da universidade. Para tal, foram coletados dados do Coeficiente de Rendimento Acumulado (CRA) dos estudantes da Universidade Federal de Lavras (UFLA), entre o período de 2013 a 2015. Foi comparado estatisticamente os níveis de rendimento acadêmico de discentes cotistas e não cotistas de modo geral e dentro do próprio curso, através de teste de diferença entre médias e testes não paramétricos para amostras independentes, além da criação de gráficos de tendência, para cada curso, que ilustram a evolução da média dos coeficientes ao decorrer dos períodos. Por fim, estes resultados foram comparados aos obtidos por uma pesquisa análoga realizada na Universidade Federal de Viçosa (UFV). Os resultados apontaram que não há diferença estatisticamente significativa entre o desempenho de alunos cotistas e não cotistas da UFLA, sendo que foi obtido o mesmo resultado para 17 cursos de 23 da UFLA e para 39 de 45 da UFV, o que equivale a, aproximadamente, 73,91% e 86,67% dos cursos analisados, respectivamente. Dessa forma, pode-se concluir que a diferença de desempenho entre estudantes cotistas e não cotistas não é estatisticamente significativa e, além disso, as notas de cotistas e não cotistas tendem a caminhar juntas ao decorrer da graduação. |