Resumo |
O uso de leguminosas em pastagens consorciadas tem sido muito recomendado atualmente, em razão de seus benefícios na fixação biológica de nitrogênio, na melhoria da qualidade da serrapilheira e na redução da emissão de gases de efeito estufa. Portanto, objetivou-se avaliar a massa total de forragem (gramínea + leguminosa), a composição botânica, a interceptação luminosa (IL) e o índice de área foliar (IAF), no pré e pós-pastejo, de pastos consorciados de capim-braquiária e amendoim forrageiro. O experimento foi conduzido no Setor de Ovinocultura do Departamento de Zootecnia da UFV, no período de novembro de 2016 a abril de 2017. Os tratamentos estudados foram seis sistemas de pastejo para ovinos, distribuídos no delineamento em blocos casualizados, com quatro repetições. Os sistemas estudados foram cinco espaçamentos de plantio de amendoim forrageiro (40, 50, 60, 70 e 80 cm) consorciado com capim-braquiária e um monocultivo de capim-braquiária. Os dados foram submetidos a análise de variância e ao teste de medias Tukey (P>0,05) (Sisvar). A área experimental, anteriormente utilizada para pastejo de ovinos, em monocultivo de capim-braquiária, foi dessecada e recebeu 1,2 t/ha de calcário, anteriormente ao plantio. No plantio, foram aplicados 90 kg/ha de P2O5, 30 kg/ha K2O e 40 kg/ha de FTE BR-10. O amendoim forrageiro foi plantado por meio de mudas, em sulcos com 10 cm de profundidade e espaçamentos variando conforme o tratamento. O capim-braquiária foi semeado nas entrelinhas de amendoim forrageiro utilizando-se a taxa de semeadura de 3 kg/ha de sementes puras viáveis. Posteriormente, foram confeccionados 24 piquetes, com área de 72 m2 cada, onde permaneceram, em media, oito ovelhas durante 4 horas ao dia, para o rebaixamento do dossel de 20 cm (pré-pastejo) para 10 cm (pós-pastejo) utilizando-se a técnica “mob-grazing”. Não houve efeito de tratamentos para massa de forragem e composição botânica do pasto. Os valores médios de massa de forragem foram 4.018,7 e 2.755,8 kg/ha; os percentuais de gramínea foram 62,1 e 64,5%, e, os percentuais de leguminosa foram 37,9 e 35,5%, no pré e pós-pastejo, respectivamente. Verificou-se adequada massa de forragem no consórcio e que os percentuais de leguminosa se mantiveram dentro da faixa recomendada (20 a 40%) para pasto consorciado. Não houve efeito de tratamentos nos valores de IL-pré e IAF-pós, cujas médias foram 79,9% e 1,62. Houve efeito de tratamentos nos valores de IL-pós, que variou de 53,5 (80 cm) a 73,4% (40 cm) e de IAF pré-pastejo, que variou de 1,3 (monocultivo) a 3,48 (50 cm). Nenhum dos sistemas proporcionou 95% de IL, recomendada como critério para pastejo, o que poderia ser atingido com altura de pré-pastejo superior aos 20 cm adotados. Conclui-se que todos os sistemas de pastejo proporcionaram elevada quantidade de massa para pastejo e com adequada composição botânica. Alturas superiores a 20 cm poderiam ser adotadas para interceptação de 95% da radiação fotossinteticamente ativa. |