Outros membros |
ELIANA CARLA GOMES DE SOUZA, Fernanda Calistene dos Santos Oliveira, Júlia Sena Cabral, Lisiane Lopes da Conceição, Maria Eduarda Oliveira Pimentel, Mariana Belcavelo Lino Silva, RODRIGO SIQUEIRA BATISTA |
Resumo |
A alimentação vegetariana possui diversas classificações, de acordo com a exclusão dos alimentos de origem animal da dieta, desde o ovolactovegetarianismo até a prática vegana. Segundo o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), há no Brasil cerca de 15,2 milhões de vegetarianos, valor correspondente a 8% da população. Diversos são os motivos que levam à adoção do vegetarianismo, dentre eles questões éticas, religiosas, socioeconômicas, ambientais e da saúde. A motivação encontrada para adesão e manutenção dessa dieta pode variar de acordo com tais motivos. O objetivo do presente estudo foi avaliar a percepção dos indivíduos inscritos no projeto de extensão “Promoção da melhoria da qualidade de vida em indivíduos vegetarianos por meio da educação nutricional” (Pró Vegetariano) da Universidade Federal de Viçosa (UFV), quanto aos pontos positivos e negativos da prática vegetariana. Foi realizado um encontro com 29 vegetarianos, sendo eles 82,8% (n=24) do sexo feminino e 17,2% (n=5) do sexo masculino, em que foi sugerido que estes escrevessem em post-its sobre os pontos positivos e negativos da sua experiência como vegetarianos. Os post-its foram então reunidos em uma cartolina para posterior discussão. Dentre os pontos positivos mais discutidos, 41,4% (n=12) dos participantes relataram a melhora da disposição e sensação de plenitude após as refeições, 55,2% (n=16) citou o aumento da variedade da alimentação por meio da inclusão de novos alimentos e receitas, e diminuição do consumo de produtos industrializados, além disso, 51,7% (n=15) dos vegetarianos dizem se sentir com a consciência tranquila, o que está relacionado à questão ética do vegetarianismo. Quanto aos pontos negativos, foi muito discutida a dificuldade de se alimentar fora de casa, em restaurantes, viagens, festas, e especialmente nos restaurantes universitários da UFV, 69% (n=20) dos participantes abordaram essa questão. Além disso, 65,5% (n=19) dos indivíduos reclamaram da falta de apoio de amigos e familiares, com constantes falas como, “mas você não come nem peixe? ”, “não tem carne, mas tem presunto. ”, “é só tirar a carne e comer! ” ou “isso é frescura! ”. Foram também citadas as dificuldades com o preço elevado de alguns alimentos alternativos e a necessidade de se realizar suplementação de alguns nutrientes cujas necessidades não são bem supridas na dieta vegetariana, ambos presentes em 13,8% (n=4) dos post-its. Diante do exposto, conclui-se que é necessário maior reconhecimento desse grupo, com o oferecimento de mais opções vegetarianas e veganas nos estabelecimentos comerciais e nos restaurantes universitários, em que o fluxo desses indivíduos é alto e nem sempre as opções disponíveis atingem suas expectativas. A realização de atividades que reúnam as demandas da população vegetariana é de grande importância para que haja maior respeito e acolhimento das suas escolhas alimentares, além do oferecimento de um espaço de troca de informações e experiências. |