Resumo |
A avicultura brasileira apresenta grande destaque no cenário mundial, posicionando o Brasil como o terceiro maior produtor e maior exportador de carne de frango. Assim, para garantir que a avicultura continue sendo uma atividade econômica de destaque, é importante que os produtos sejam produzidos de acordo com padrões de qualidade e inocuidade. Nesse contexto, Salmonella spp. é um patógeno de relevância nessa cadeia produtiva, uma vez que habita naturalmente o intestino de aves e pode contaminar os produtos finais e diferentes etapas da produção. Esse patógeno é o responsável pelas salmoneloses, importante enfermidade associada a consumo de alimentos, especialmente carne de aves e ovos, distribuída mundialmente e considerando um risco a Saúde Pública. A formação de biofilmes por Salmonella é uma importante estratégia de sobrevivência em diversos ambientes, induz infecções crônicas e ainda, uma possível forma de colonizar organismos hospedeiros. O objetivo deste trabalho foi a confirmação molecular de isolados de Salmonella spp. de cadeias produtivas de frangos de corte localizados no estado do Paraná e a avaliação do potencial de formação de biofilmes. Em estudo prévio, 123 isolados de Salmonella spp. foram selecionados por meio de análise bioquímica tradicional, seguido de sorotipagem. A confirmação molecular de Salmonella spp. foi feita por meio da detecção do gene ompC pela técnica da reação em cadeia da polimerase (PCR), sendo detectado um produto de 223 pb. O potencial de formação de biofilme foi inicialmente avaliado pela detecção por PCR dos genes csgD e gcpA de 651 pb e 1713 pb, respectivamente. Dos 123 isolados, 1 isolado não apresentou os dois genes alvos e 1 isolado apresentou somente o gene gcpA, os demais isolados apresentaram os dois genes em análise. Para as análises da PCR além do controle negativo, sem adição de DNA, foi utilizada como controle positivo a Salmonella Typhimurium ATCC 14028. Posteriormente, 10 isolados foram selecionados para avaliação da formação de biofilme em microplaca de poliestireno pela técnica do Cristal Violeta. A densidade óptica (DO) foi mensurada por espectrofotometria (λ=550nm) após incubação a 37 oC por 24 h em caldo BHI e após procedimento de coloração do biofilme formado. A partir do resultado obtido os isolados foram classificados como forte, moderado, fraco e não produtor de biofilmes. Dentre os 10 isolados avaliados apenas 1 foi classificado como fraco produtor de biofilme, os demais foram fortes produtores de biofilme. O isolado que não produziu biofilme foi o mesmo que não apresentou os genes csgD e gcpA. Os resultados obtidos demonstram que as técnicas moleculares são ferramentas seguras no auxilio de identificação de patógenos alimentares e a presença de Salmonella spp. formadora de biofilme compromete a segurança alimentar. |