Resumo |
A alimentação de tilapias representa cerca de 70% dos custos totais de produção. Assim, a utilização de ingredientes menos onerosos e a melhoria na eficiência de utilização dos nutrientes da dieta podem reduzir os custos de alimentação. Os carboidratos representam a forma mais barata de suprimento de energia, porém, com baixa eficiência de utilização pelos peixes. Dentre as alternativas para melhorar a eficiência de utilização de nutrientes destacam-se os aditivos como as enzimas e óleos essenciais. O gengibre, Zingiber officinale, destaca-se em função de suas propriedades anti-inflamatória, antioxidante, imunomoduladora e moduladora da atividade de enzimas digestivas, além de controlar bactérias, fungos e parasitas. Portanto, com o presente estudo objetivamos avaliar o efeito do óleo de gengibre, Z. officinale, como aditivo em dietas para juvenis de tilápia-do-Nilo, Oreochromis niloticus, na eficiência de utilização de carboidratos. Foi utilizado delineamento em blocos casualizados (peso inicial = 0,90 ou 0,64 g), em esquema fatorial 3 x 4, com três níveis de inclusão de carboidratos (30,0; 40,0 e 50,0 %), 4 níveis óleo de gengibre, Zingiber officinale (0,00; 0,05; 0,10 e 0,20 %) e quatro repetições. Juvenis de tilápia-do-Nilo foram alimentados até a saciedade aparente quatro vezes ao dia, por 53 dias. Foram avaliados: taxa de sobrevivência, ganho de peso, taxa de crescimento específico, conversão alimentar, taxa de eficiência proteica, índice hepatossomático, glicose, triglicérides e colesterol sanguíneos e glicogênio hepático e muscular. Não houve efeito significativo de blocos, bem como não houve interação significativa entre os níveis de carboidrato e de óleo de gengibre para as variáveis analisadas. O óleo de gengibre não influenciou nenhuma das variáveis de desempenho produtivo e metabólicas. Houve efeito significativo da suplementação de carboidratos para as variáveis de desempenho produtivo, exceto para taxa de sobrevivência. O desempenho produtivo dos peixes alimentados com 40% de carboidratos não diferiu daqueles alimentados com 30% (controle), porém, os alimentados com 50% tiveram pior desempenho que os peixes do controle (30%). O nível de glicose sanguínea dos peixes alimentados com 40% de carboidratos não diferiu do controle, porém, os alimentados com 50% apresentaram menor nível de glicose. O teor de glicogênio no fígado e o índice hepatossomático não diferiram entre os peixes alimentados com 30 e 50% de carboidratos, porém, os alimentados com 40% apresentaram maiores valores que o controle. Entretanto, o teor de glicogênio no músculo nos peixes alimentados com 50% foi maior que o controle, já os alimentados com 40% não diferiu do tratamento controle. Portanto, concluímos que a inclusão de até 40% de carboidratos na dieta não piora o desempenho produtivo e que o óleo de gengibre não melhora a eficiência de utilização de carboidratos em juvenis de O. niloticus. |