Resumo |
Staphylococcus aureus é um dos principais patógenos causadores da mastite bovina. Essa bactéria produz diversos fatores de virulência importantes para a patogenicidade, dentre os quais encontram-se as adesinas, que se ligam às proteínas fibrosas da matriz extracelular promovendo a colonização, e as toxinas, que convertem o tecido hospedeiro em nutrientes necessários para o crescimento bacteriano e ajudam na evasão do sistema imune. Este trabalho investigou o potencial de virulência de S. aureus de origem bovina para identificar fatores importantes para o estabelecimento da doença. Inicialmente, bactérias isoladas de mastite clínica e subclínica foram avaliadas quanto à capacidade de promover a lise de hemácias de coelhos, das quais 40% foram consideradas hemolíticas. Oito isolados foram considerados mais hemolíticos do que a cepa-referência utilizada, S. aureus ATCC 29213. A presença de genes que codificam as toxinas sei, seg, sej, sem, sen e seo foi avaliada pela reação da polimerase em cadeia. O gene mais prevalente foi seo, presente em 27,0% das cepas, seguido pelos genes sem e sen presentes em 18,9% e 8,1% das cepas, respectivamente. Os genes sei, seg e sej não foram identificados em nenhum dos isolados. Um total de 38% dos isolados possui pelo menos um dos genes estudados. Isolados bacterianos foram selecionados com base na atividade hemolítica, presença e ausência dos genes de virulência e inoculados em larvas de Galleria mellonella, que foram monitoradas ao longo dos dias quanto à sobrevivência. Após 24 horas, o isolado 1269, que possui vários genes de toxinas, causou a morte de 86,7% de larvas, enquanto a cepa 308, que não apresenta os genes, ocasionou a morte de 73,3% das larvas. Não foi visualizada diferença na sobrevivência de larvas infectadas com isolados possuindo diferentes genes de adesinas. Porém, houve uma diferença significativa na sobrevivência de larvas infectadas com o isolado 318, pouco hemolítico, quando comparado a um isolado muito hemolítico. Os dados sugerem que o potencial hemolítico da bactéria é um importante fator para a patogenicidade in vivo no modelo de infecção usado. |