Resumo |
Este estudo tem como tema a incidência de bullying entre alunos do 5º ano do Ensino Fundamental de uma escola municipal da zona urbana de Ubá/MG. Considerando a relevância desse fenômeno para os dias atuais, foram adotados como objetivos analisar a percepção dos alunos a respeito do bullying nas turmas citada e, especificamente, identificar as principais ações das vítimas e dos vitimados e analisar as ações dos profissionais da educação quanto ao bullying no ambiente escolar. Para tanto, foi utilizado questionário proposto por Moura e Abranches (2015, adaptado de OLWEUS, 1993), tendo 95 crianças participantes, sendo 36 do sexo masculino e 59, feminino, após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido assinado pela direção da instituição de ensino e submissão do projeto de pesquisa à Plataforma Brasil, em atendimento à ética para pesquisa envolvendo participação de seres humanos (Resolução 466 de 12/12/2012). Os resultados apontam que 81,4% dos meninos e 68,3% das meninas participaram de situações de violência entre alunos na escola, sendo que 9,3% dos meninos e 25,0% das meninas presenciaram tais situações entre alunos e professores. Para 68,4% (masculino) e 78,8% (feminino), informações sobre o bullying foram obtidas por professores. Indagados sobre terem recebido agressões de colegas nos últimos seis meses, tais como fechá-los em sala de aula ou outro local da escola ou bater neles, 13,90% (meninos) e 8,5% (meninas) disseram que esse fato ocorreu duas ou três vezes, sendo que uma (1,7%) meninas relata que o fato ocorreu duas a três vezes por mês. O maior número de agressores está entre as meninas e o de vítimas, entre os meninos. Em 66,7% (meninos) e 64,40% (meninas) foram registrados que “sempre”, “muitas vezes” e “às vezes” os colegas inventam mentiras a seu respeito. Para 29,30% (meninas) e 13,9% (meninos), a incidência do bullying ocorre há vários anos. Ao observar o incômodo das crianças ao presenciarem cenas de violência e cometerem esses atos, há crianças que assumem ser violentas com colegas. Durante o recreio e no caminho para a escola ou no refeitório e pátio são os locais e horários mais citados para que o fenômeno ocorra. Em 41,70% (meninos) e 50% (meninas) dos casos, afirmaram que professores e outros adultos da escola separam os alunos quando há situações de violência, de brigas ou bullying, mas. No entanto, 47,30% (meninos) e 41,70% (meninas) destacam que esse fato às vezes ocorre, enquanto 11% (meninos) e 8,30% (meninas) responderam que quase nunca ou nunca isso ocorre. Destaca-se que 38,9% (meninos) e 41,3% (meninas) assume postura de ajudar o colega que sofreu bullying. Mesmo não contando sobre o fato a alguém, é possível que o fenômeno seja identificado por meio dos agressores e testemunhas ou pelo comportamento apresentado pelas crianças vitimizadas. A atenção dos sujeitos da comunidade escolar precisa estar em consonância com a presença do bullying nas turmas do 5º ano do ensino fundamental dessa escola. |