Resumo |
Introdução: a segurança do paciente é definida pelo Ministério da Saúde como redução dos riscos de danos desnecessários a um mínimo aceitável. Através da Portaria n° 529/2013, instituiu-se o Programa Nacional de Segurança do Paciente com elaboração de seis protocolos, sendo o foco deste estudo a segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos. O serviço de emergência hospitalar destaca-se por ser um setor caracterizado por superlotação, alta rotatividade de pacientes e escassez de profissionais que podem incitar a ocorrência de eventos adversos que são erros humanos que resultam em danos a saúde. Essas condições associam-se a falhas no processo de administração de medicamentos sejam por interações medicamentosas, reações adversas ou alérgicas e erro de medicação. Objetivos: avaliar as ações realizadas pela equipe de enfermagem para alcançar a meta de segurança de administração correta de medicamentos nos pacientes de um serviço de emergência em um hospital de ensino. Metodologia: trata-se de estudo descritivo com abordagem qualitativa, realizado com 17 profissionais da equipe de enfermagem de um município da Zona da Mata de Minas Gerais, por meio de entrevista com roteiro semiestruturado e observação do tipo não participante. A coleta de dados ocorreu no período de novembro de 2016 a março de 2017. Adotou-se a Análise do Conteúdo para o tratamento dos dados. Resultados: delinearam-se três categorias, sendo a primeira intitulada “Ações para a correta administração de medicamentos”, com relatos sobre quais ações eram praticadas acerca da administração de medicamentos: Olho qual a medicação, a dosagem, qual paciente, em qual via e...é, tudo basicamente o que fiz é isso, identifica o paciente, medicação, via, dose. (TE5). A segunda categoria encontrada foi: “Dificuldades e barreiras enfrentadas pela equipe de enfermagem acerca da administração correta de medicamentos” e enfatiza quais são as barreiras enfrentadas pela equipe: Se for uma medicação que eu não conheça [...] a gente vai aprendendo na rotina do ambulatório até na rotina é...vai conhecendo, mas sempre aparece novidade (E2). A terceira intitulada: “A educação permanente como estratégia para transformação da prática” abrangendo a temática sobre existência de treinamentos na instituição: Existe, é... educação continuada. Sempre tem... é, de tempo em tempo tem e ai eles falam: ó, mesmo que a gente já saiba. Eles falam que tem que tá repassando pra tá relembrando né [...]. (TE12). Conclusões: a administração de medicamentos é um processo dinâmico e a última etapa para se evitar erros. Os relatos reforçam conhecimento fragmentado da equipe perante o que é preconizado no Brasil. Além disso, destaca-se a importância da educação permanente para promoção da troca de saberes atuando como transformadora da realidade vivenciada. |