Resumo |
O processamento dos alimentos que são ofertados aos ruminantes pode influenciar no desempenho dos mesmos, visto que, as exigências de proteína destes animais são atendidas principalmente pelos aminoácidos absorvidos no intestino delgado, oriundos da proteína microbiana sintetizada no rúmen e da proteína não-degradada no rúmen. Portanto, objetivou-se avaliar a produção e eficiência microbiana em dietas contendo milho em diferentes granulometrias ou grão de sorgo moído. Foram utilizados cinco bovinos Nelore, machos, não castrados, fistulados no rúmen, com peso médio inicial de 348±39,3 kg e idade média de 20±1 meses, distribuídos em delineamento experimental quadrado latino 5×5, sendo cinco dietas e cinco períodos. As dietas experimentais foram: 85% de grão de milho inteiro e 15% de pellet (MI); as demais foram compostas de 30% de silagem de milho, 10% de proteínado e 60% de milho quebrado (MQ); ou moído grosso (MG); ou moído fino (MF) ou sorgo moído fino (SF). Os cinco períodos tiveram duração de 21 dias cada, sendo 15 para adaptação e 6 dias de coleta. Do 19º ao 21º foram realizadas oito coletas de digesta omasal com intervalo de 9 horas. A produção de proteína microbiana foi estimada a partir das bases purinas no omaso e a eficiência microbiana foi calculada pela produção de nitrogênio (N) microbiano (Nmic) e a quantidade de matéria orgânica digerida (MOD). O consumo de MOD foi menor (P < 0,05) para MI e não diferiu (P>0,05) entre as demais dietas. Não houve efeito (P > 0,05) da granulometria na percentagem de nitrogênio de bactérias aderidas ao líquido (BAL) e bactérias aderidas às partículas (BAP). Quanto à relação NRNA:Ntotal, não houve efeito (P > 0,05) da granulometria para BAL, no entanto, para BAP houve uma tendência (P < 0,10), sendo que a relação foi menor para as dietas de MI e SF em relação à dieta de MQ, mas não diferiu (P > 0,10) entre as demais dietas em que o milho foi processado. A eficiência microbiana, não foi alterada (P > 0,05) pela granulometria, observando-se valor médio de 142,5 g de PBmic/kg de MOD. A quantidade de Nmic foi menor (P < 0,05) para a dieta de MI e maior para as dieta de SF em relação às dietas contendo MQ e MG; e não diferiu (P > 0,05) entre as dietas de milho e sorgo moídos finamente. A relação entre a proteína microbiana e a proteína bruta ingerida foi maior (P < 0,05) para a dieta de milho inteiro, quando comparada às demais. Conclui-se que granulometrias menores resultam em uma maior síntese de proteína bruta microbiana. |