Resumo |
Uma das formas de se prevenir a drenagem ácida de minas (DAM) é evitar que as superfícies de rejeitos que contém minerais sulfetados fiquem expostas às condições oxidantes em presença de água. Uma das soluções mais usuais para executar o isolamento é por meio da aplicação de coberturas construídas com solos, sendo dividas em dois tipos: prescritivas e evapotranspirativas. A primeira aplica camadas com baixa condutividade hidráulica para minimizar a infiltração de água, já a segunda utiliza-se de uma camada de armazenamento e liberação. Alguns autores destacam que a cobertura prescritiva apresenta vulnerabilidade e limitações, indicando uma preferência pela aplicação das evapotranspirativas. Um dos desafios de aplicação dessa técnica consiste em projetar uma camada de armazenamento e liberação capaz de acumular a água infiltrada durante o período chuvoso e liberá-la para a atmosfera por evapotranspiração durante períodos de estiagem. A evaporação pode ser incrementada com a escolha de solos que mudem gradualmente a condutividade hidráulica não saturada com a sucção, comportamento típico de solos siltosos, amplamente utilizados nestas camadas. A condutividade hidráulica não saturada ou função de condutividade hidráulica (FCH) é dada por meio da relação entre o teor de umidade volumétrico, ou a sucção, e o coeficiente de permeabilidade. A determinação direta da FCH demanda um tempo considerável, assim diversos autores propuseram a sua determinação por meio de procedimentos semi-empíricos que determinam a FCH indiretamente por meio da curva de retenção de água no solo (CRA). Este trabalho tem como objetivo a comparação da condutividade hidráulica não saturada de diferentes solos siltosos obtidas pelas CRA. Para obtenção da CRA utilizou-se de uma centrífuga de pequenas dimensões, na qual os corpos de prova previamente saturados foram submetidos a uma centrifugação, e consequente valor de sucção, promovendo uma drenagem mais rápida do fluido contido nos poros do solo. A cada velocidade de rotação, e em tempos pré-determinados, pesou-se as amostras para se calcular o teor de umidade volumétrico e assim obter a CRA. Realizaram-se também ensaios de permeabilidade em laboratório em todos os solos e assim foi possível aplicar os métodos semi-empíricos para obter a condutividade hidráulica a partir da CRA. Com a ferramenta solver do Excel foi possível ajustar diversos modelos matemáticos aos dados experimentais e determinar as CRA e consequentemente as FCH. Pode-se notar que os modelos se ajustaram satisfatoriamente bem aos pontos experimentais, com erros máximos de 3%, e as curvas de FCH obtidas indiretamente apresentaram-se com comportamento bem similares; o que era de se esperar devido aos baixos erros obtidos nos ajustes das CRA. Com a realização deste trabalho pode-se concluir que a técnica da centrífuga é uma interessante alternativa na determinação das CRA, e consequentemente da FCH dos solos, uma vez que em poucas horas pode-se obter os resultados. |