Resumo |
A seca de ponteiros, causada por Erwinia psidii, é umas das doenças emergentes mais importantes para a cultura do eucalipto no Brasil. O emprego de clones resistentes é uma das estratégias mais eficientes para o controle de doenças. Entretanto, por se tratar de um recente patossistema, até o momento não existe conhecimento disponível acerca da resistência de diferentes espécies de Eucalyptus a essa doença. Assim, este trabalho teve como objetivo identificar fontes de resistência em 28 espécies de Eucalyptus spp. e quatro de Corymbia spp. Para este fim, utilizaram-se mudas seminais que aos 60 dias de idade foram transplantadas para sacolas com capacidade de 2L. Foram avaliadas 25 mudas de cada espécie, exceto quando a germinação das sementes da espécie foi baixa e não foi possível obter o número padrão de repetições. Trinta dias após o transplantio, as mudas foram inoculadas com o isolado LPF 435 de E. psidii. Para isso, as três primeiras gemas axilares foram marcadas e inoculadas pela realização de um ferimento e deposição de cultura bacteriana com palitos de madeira previamente esterilizados. Após a inoculação as plantas foram mantidas em casa de vegetação e avaliadas semanalmente quanto a severidade da doença até 35 dias após inoculação (dai). Aos 21 dai, as plantas assintomáticas foram reinoculadas, utilizando a mesma metodologia, de modo a evitar plantas escape. A severidade da doença foi obtida utilizando-se uma escala diagramática desenvolvida para esse patossistema, onde as notas variam de 0 (plantas assintomáticas) a 4 (morte do ponteiro) e utilizadas para calcular o índice de doença de Mckinney. Ao fim do experimento, as mudas foram submetidas a teste de exsudação microscópica de pus bacteriano, para confirmar a presença da bactéria nos tecidos. Dentre as espécies avaliadas, E. darlyplena, C. henry, C. maculata, E. cloeziana, E. viminalis, E.longirostrata, E. longirostrata e E. pilularis apresentaram 0% de índice de doença e, portanto, todos indivíduos inoculados foram resistentes a E. psidii. As demais espécies apresentaram índice de doença variando de 4 a 73%, apresentando algum sintoma relacionado com a doença. Além de indicar as espécies mais resistentes a E. psidii, nossos resultados indicaram haver variabilidade inter e intraespecífica quanto a resistência, o que possibilita a seleção de espécies para serem utilizadas em programas de melhoramento. |