Do Lógico ao Abstrato: A Ciência no Cotidiano

23 a 28 de outubro de 2017

Trabalho 7995

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Enfermagem
Setor Departamento de Medicina e Enfermagem
Bolsa CNPq
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro CNPq
Primeiro autor Nicoli Souza Carneiro
Orientador DEISE MOURA DE OLIVEIRA
Outros membros Adélia Contiliano Expedito, Marianna Karolina Pimenta Cota, Milleny Tosatti Aleixo
Título Vivência de pessoas em situação de rua de um município da Zona da Mata de Minas Gerais
Resumo INTRODUÇÃO: A moradia nas ruas constitui-se como um fenômeno universal e multicausal, sendo notadamente retroalimentado pelas iniquidades em saúde. Habitar as ruas traz à referida população um ambiente repleto de inseguranças, privação de direitos, rompimento de vínculos e vulnerabilidades. Para tanto, é imprescindível ao profissional de saúde compreender a realidade dessa população, no intuito de fornecer subsídios para a criação de políticas públicas condizentes com as necessidades desse grupo. OBJETIVOS: compreender as experiências inscritas no cotidiano de pessoas que vivem em situação de rua. METODOLOGIA: pesquisa qualitativa. Participaram do estudo pessoas que vivem em situação de rua em um município de pequeno porte localizado no interior de Minas Gerais, na região da Zona da Mata. Os dados foram coletados por meio de entrevista com questões abertas entre setembro e maio de 2016 e analisados a partir da técnica de Análise de Conteúdo de Bardin. O estudo, inscrito sob o parecer nº 1.668.567, foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa. RESULTADOS: participaram do estudo oito moradores de rua, com tempo de permanência nas ruas variando de oito meses a 25 anos aproximadamente. Na análise dos resultados emergiram três categorias: “O encontro da rua como a saída”, em que foram descritas diversas situações que favoreceram e culminaram com a ida para as ruas, como o uso abusivo de álcool e outras drogas, relacionamentos extraconjugais e violência doméstica. Na categoria “O cotidiano na rua” os participantes relataram desde a manutenção da dependência de álcool e outras drogas, como a realização de atividades básicas, como repouso e cuidados de higiene, práticas de trabalho informal como reciclagem e desenvolvimento de laços afetivos. Na última categoria, “A rua e a vulnerabilidade para a violência: desafios e enfrentamentos” foram expressos diversos desafios vivenciados na rua, com destaque para a violência . O uso de álcool e outras drogas mostrou-se como gatilho principal da ida para as ruas, seguido dos conflitos familiares. Salienta-se o vislumbre da rua como uma potencial saída das zonas de conflito dessas pessoas. A criação de albergues deve ser estudada cuidadosamente, pois essa alternativa configura-se, muitas vezes, como um fator limitador da liberdade das pessoas em situação de rua, e que por vezes gera uma baixa adesão da referida população. CONCLUSÕES: ao analisar os motivos que levam pessoas a residirem nas ruas, ressalta-se a importância da Atenção Primária à Saúde para identificar possíveis locais de atuação das políticas públicas e dos profissionais de saúde. Importante ainda considerar a necessidade de se criar dispositivos que forneçam segurança para essa população, uma vez que a violência foi o desafio enfrentado mais citado pelos participantes do estudo.
Palavras-chave Pessoas em Situação de Rua, Enfermagem em Saúde Pública, Vulnerabilidade
Forma de apresentação..... Oral
Gerado em 0,59 segundos.