Resumo |
O trabalho trata do fortalecimento eleitoral e midiático dos movimentos nacionalistas europeus conhecidos como extrema direita, entre os anos de 2014 e 2017. Para tanto analisamos os projetos e os resultados eleitorais dos partidos de extrema direita em quatro países europeus, são eles: França, Holanda, Hungria e Polônia, bem como o posicionamento desses partidos com relação à União Europeia, principalmente no que tange as relações econômicas, migratórias e quanto à soberania de cada país membro. O neonacionalismo ou extrema direita são uma realidade, e ganham uma expressão forte no cenário político de grandes nações europeias. Estas propostas trazem à tona discussões que colocam em cheque a continuidade do bloco enquanto forma de associação entre países europeus. Estes movimentos políticos, através dos seus discursos e projetos, se diferem em muito dos nacionalismos tradicionais, principalmente no que diz respeito à economia, porém se aproximam de sentimentos nacionalistas tradicionais como políticas anti-migratórias e sobre a soberania do Estado frente à UE. A investigação se deu de forma qualitativa ao realizar análises documentais referente aos partidos dos países selecionados, como também foi realizado buscas em fontes primárias com o tratamento de conceitos como soberania, liberdades individuais, direitos humanos, paz, no que se refere a legislação que norteia as relações dentro da UE, buscando de forma transversal discutir com teóricos que abordam o tema. Neste sentido a investigação indica que este fenômeno ocorre logo após a crise econômica de 2008 que influenciou diretamente os eleitores europeus a buscarem novos discursos políticos que divergissem dos grandes partidos de centro os “catch all parts”, servindo assim como um “beijo” que despertasse a “bela adormecida” apontando assim que este tipo de projeto protecionista nunca deixou de fazer parte das discussões políticas europeias. Desta forma, o que leva a melhora no desempenho eleitoral desses partidos está diretamente relacionado com o desempenho econômico dos grupos políticos hegemônicos. Assim, esta nova onda de discursos nacionalistas, representam uma resposta ao desempenho administrativo dentro dos países da UE e sua expressão eleitoral, colocam temas fraturantes entre os interesses de cada Estado, levando a diminuição da solidariedade em resolverem conjuntamente seus problemas e aumentando o risco de ações individualizadas por parte dos governos, o que coloca a questão de qual o espaço a soberania dos países membros deixa para a UE e quais os riscos se colocam sobre a estrutura deste último. |