Resumo |
Na adolescência ocorrem mudanças que interferem no estado nutricional e podem resultar em problemas de saúde na fase adulta. No Brasil dados de pesquisa mostram que o excesso de peso entre adolescentes tem aumentado ao longo dos anos. Os adolescentes geralmente tem como preferência alimentos com altas taxas de açúcares e gorduras, que podem levar ao excesso de peso. A obesidade, nessa fase, pode aumentar o risco de desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis. O objetivo foi analisar a frequência de consumo dos grupos de alimentos e o estado nutricional de adolescentes de um Colégio de Aplicação. Realizou-se coleta de dados com adolescentes do primeiro ano do ensino médio, no período de 2012 a 2016. Aplicou-se um questionário para obter os dados de frequência do consumo de 11 grupos de alimentos, adotando: menor que uma vez por semana, uma a três vezes e quatro a sete vezes. Realizaram-se medidas de peso e altura para resultar no índice de massa corporal (IMC) e este foi analisado de acordo com a idade e sexo, utilizando o programa WHO Anthro Plus, para classificar o estado nutricional. Este estudo foi submetido e aceito pelo Comitê de Ética em pesquisa com seres humanos da UFV. Analisou-se a frequência absoluta e relativa dos grupos de alimentos e do estado nutricional. Dos 405 adolescentes avaliados, 4,2% (n=17) apresentou baixo peso, 80,2% (n=325) eutrofia e 15,6% (n=63) excesso de peso. Em todos os anos foi observado maior consumo (4 a 7 vezes por semana) de: cereais e tubérculos (93,9%), carnes e ovos (91,3%), leguminosas (84,8%), leite e derivados (65,1%) e verduras e legumes (60,3%). Também foi observado, em todos os anos, menor consumo (<1vez por semana) de alimentos diet/light (82,8%) e refrigerante (63,3%). Os demais grupos apresentaram maior prevalência de consumo de 1 a 3 vezes por semana: frutas e sucos naturais (55,2%), doces (66,9%), sucos artificiais (45,3%) e óleos e gorduras (59,3%). Os resultados foram considerados benéficos, uma vez que a maioria dos adolescentes apresentou estado nutricional adequado e os alimentos considerados saudáveis tiveram maior consumo em relação aos alimentos considerados não saudáveis. |