Resumo |
A exploração dos recursos naturais da Mata Atlântica e a consequente fragmentação florestal provocaram intensas mudanças na riqueza e na equidade dos indivíduos arbóreos em comunidades florestais. Diante disso, é imprescindível o conhecimento das fases sucessionais de uma floresta de modo a viabilizar a recuperação da vegetação original. Assim, objetivou-se com este estudo compreender e avaliar as modificações florísticas ocorridas entre dois levantamentos em um período de seis anos em um fragmento de Floresta Estacional Semidecidual localizado no município de Viçosa, MG. Os dados foram coletados em 10 parcelas permanentes de 1 ha cada, medidas em 2010 e em 2016, em que todos os indivíduos com DAP ≥ 5 cm foram medidos e identificados. Para a avaliação das mudanças na diversidade florística foram calculados os índices de Shannon-Weaver (H’), índice de Simpson (C) e o índice de Equabilidade de Pielou (J’) em cada levantamento. Posteriormente, os resultados foram comparados entre si utilizando um teste “t” de Student do tipo pareado. No ano de 2010, foram mensurados 1310 indivíduos, pertencentes a 157 espécies e no ano de 2016, foram medidos 1141 indivíduos de 191 espécies. As famílias Rubiaceae, Fabaceae, Monimiaceae, Rubiaceae e Flacourtiaceae foram as que mais se destacaram em termos de número de indivíduos nos dois levantamentos. As análises mostraram que o fragmento em estudo apresentou elevada diversidade, uma vez que os valores dos índices H’, C e J’ ficaram em torno de 3,99, 0,96 e 0,79 respectivamente para o ano de 2010 e 4,05, 0,96 e 0,77 para o ano de 2016. Verificou-se que pelo teste “t” pareado que existiu diferença estatística significativa entre os resultados obtidos nos levantamentos (p<0,05) para o índice de Simpson e o índice de Equabilidade de Pielou, já para o índice de Shannon-Weaver não houve diferença estatística significativa (p>0,05). Diante do exposto, ocorreu um aumento da diversificação florística do fragmento ao longo dos anos diante da evolução do estágio sucessional. |