Resumo |
Introdução: No contexto da segurança do paciente destacam-se os Eventos Adversos (EA) ocasionados em decorrência do erro cometido por profissionais de saúde. O EA é todo incidente ou circunstância que resultou em lesão desnecessária ao paciente, sendo que no âmbito cirúrgico tem incidência de 4 a 16% entre todos os pacientes hospitaliza¬dos e apresenta grande potencial para ocasionar danos graves. Para atingir as metas relacionadas à segurança em cirurgia, a Organização Mundial da Saúde criou o manual de orientação “Cirurgia Segura Salva Vidas”, recomendando a utilização de uma lista de verificação (checklist). O checklist foi desenvolvido a partir de revisões de práticas baseadas em evidências que identificaram as causas mais comuns de danos ao paciente no período perioperatório. Tem como objetivo reduzir a ocorrência de danos ao paciente, auxilia as equipes cirúrgicas a seguirem passos críticos de segurança, servindo como uma barreira para evitar falhas humanas, buscando padronizar as atividades que deverão ser realizadas. Para que o checklist seja devidamente aplicado, faz-se necessário que a equipe que atua no centro cirúrgico (CC) reconheça a importância desse instrumento, tenha conhecimento sobre cada uma de suas etapas e esteja envolvida com a sua implantação. Objetivo: Compreender o conhecimento e práticas dos técnicos de enfermagem (TE) que atuam como circulantes nas salas de cirurgia sobre cirurgia segura e a aplicação do checklist em um hospital de ensino da Zona Da Mata Mineira, Brasil. Metodologia: estudo qualitativo, realizado no Centro Cirúrgico de um hospital da Zona da Mata Mineira. Os participantes da pesquisa foram dez TE que atuam como circulantes de sala no CC. A coleta de dados foi realizada através de entrevista, de agosto a setembro de 2016 e os dados analisados por técnica de Análise de Conteúdo. Resultados: Os TE relataram um conceito incipiente do que é cirurgia segura. Em nenhum momento eles citaram o uso do checklist como uma forma de prevenção do erro em CC, evidenciando que não conhecem por completo questões relacionadas às práticas de segurança em procedimentos cirúrgicos e que, apesar de fazer o uso do instrumento, não sabem que o mesmo foi desenvolvido para minimizar a ocorrência de erros. Alguns reconhecem que o instrumento orienta as ações durante a cirurgia, no entanto, nenhum deles demonstrou ter conhecimento cientificamente fundamentado em relação às concepções teóricas que envolvem a segurança cirúrgica e o uso do checklist, sendo esse o resultado de maior importância desse estudo. Conclusão: Apesar do checklist de cirurgia segura está implantado na instituição em que atuam, os participantes tiveram dificuldade de falar acerca da lista de verificação, não reconhecem o instrumento como ferramenta de prevenção/redução dos erros comumente ocorridos em CC e não sabem utilizá-la de maneira correta, seguindo os passos críticos conforme preconizado. |