Resumo |
Com o advento da Terceira Revolução Industrial (Informacional) vem havendo constante expansão da Indústria Eletrônica no mundo, constituindo a chamada “Era Digital”, em que rápidas criações e aperfeiçoamentos de tecnologias acabam por provocar aumento do consumo. Em decorrência disso, tal processo acaba por gerar a obsolescência programada, em que celulares cessam seu bom desempenho por inúmeros fatores, como a instalação de novos softwares incompatíveis com seu sistema de processamento, levando o consumidor a comprar outro e desfazer-se do anterior. Estes aparelhos acabam por compor um novo grupo causador de problemas ambientais e de saúde pública: o lixo eletrônico. Ele abrange diversos tipos de aparelhos, como computadores, tablets, teclados, impressoras, câmeras fotográficas, aparelhos de som, lâmpadas eletrônicas, televisores, geladeira, fogão, micro-ondas, rádios, telefones, celulares, carregadores, baterias e pilhas. As alternativas encontradas para resolver esta questão, são, em suma, caras e praticamente inviáveis em países ainda subdesenvolvidos, como o Brasil, maior produtor de lixo eletrônico da América Latina, a China, segundo maior produtor de lixo eletrônico do mundo, e a Índia, quinto maior produtor do mundo, segundo estudo da Associação de Empresas da Indústria Móvel - GSMA e da Universidade das Nações Unidas em 2015. A reciclagem, detentora de empecilhos como a coleta dos resíduos, a separação dos diversos componentes do aparelho e a construção, cara, da infraestrutura necessária para tanto com os devidos aparelhos, é realizada em países como a China e a Índia, mas de forma rudimentar, com grande contaminação ambiental e de maneira insuficiente, incapaz de suprir as necessidades relacionadas ao enorme contingente residual produzido. Afinal, além da enorme produção de lixo eletrônico, a China apresenta alarmantes índices de importação de sucata eletrônica de outros países, recebendo 70% de toda sucata exportada no mundo, o restante é destinado a outros países subdesenvolvidos como Índia e Vietnã. Contudo, uma viável maneira de se obter proveito a partir destes materiais encontrados em abundância atualmente e já sem utilidade é seu uso em salas de aula, com o intuito de ensinar conteúdos de química, como é o caso da tabela periódica e suas aplicações, química verde, por reduzir a geração de substâncias nocivas e seu impacto, química ambiental, por realizar estudo das fontes, reações, transporte e efeitos das espécies químicas em água, solo e ar, e eletroquímica, por analisar os componentes e reações que se dão nas baterias, aos alunos proporcionando, inclusive, maior interesse por parte destes em relação aos conteúdos ministrados ao aplicar-se os conhecimentos teóricos em práticas. Desta maneira, o objetivo deste trabalho é a utilização dos resíduos eletrônicos, mais especificamente, de celulares com enfoque nas baterias, como oportunidade de aprendizagem de Química na segunda série do Ensino Médio. |