Resumo |
Em meados do século XX a Mata do Paraíso sofria com o corte seletivo de árvores e a degradação ambiental. Porém, desde 1966, quando passou a ser administrada pelo Departamento de Engenharia Florestal da UFV, tornou-se uma área de preservação e sua regeneração tem sido satisfatória, estando hoje em sua maior parte em estágios médio e avançado. Em 1996 a Mata do Paraíso recebeu o nome de Estação de Pesquisa, Treinamento e Educação Ambiental (EPTEA), sendo considerada um “laboratório natural” de grande valia para o desenvolvimento do aprendizado in situ. Hoje a área é utilizada por estudantes e professores da UFV para a produção de pesquisas em diferentes áreas da ciência, bem como na realização de atividades de ensino e extensão. Sendo assim, o projeto Escola na Mata propicia a inclusão de temas relacionados à questão ambiental no currículo escolar, dando suporte teórico e prático, oferecendo oportunidades aos educandos, familiares, professores e funcionários da Escola Municipal Almiro Paraíso de atuarem como agentes transformadores em busca de alternativas e soluções para os problemas ambientais que atingem a comunidade como um todo e despertando o interesse e a sensibilização pelas questões referentes à conservação da Mata do Paraíso e do meio em que vivem. Para isso é necessário incentivar a reflexão da comunidade do entorno da reserva e a adoção de novos conceitos e posturas acerca de questões básicas como saneamento, higiene, proteção ambiental, valorização da história, cultura regional e conservação dos recursos naturais. Acredita-se que dessa maneira, o contato com a Mata do Paraíso proporcione uma melhoria da qualidade de vida da população local, garantindo um ambiente saudável e promovendo a interação histórica e cultural das pessoas com os recursos naturais. A equipe do projeto tem a oportunidade de compartilhar os conhecimentos adquiridos na Universidade com a comunidade escolar, ao mesmo tempo em que se depara com o conhecimento popular baseado principalmente nas tradições passadas oralmente, nas comunidades do Paraíso, Palmital, Romão dos Reis, Rua Nova e Córrego do Engenho, promovendo a troca saudável de saberes e a construção de novos conhecimentos. Isso possibilita o contato direto com a ecologia deste fragmento de Mata Atlântica preservado. A fim de estender o conhecimento produzido na universidade para as comunidades do entorno, a equipe realiza atividades, tanto na escola, quanto nessas comunidades e na floresta, que incentivem a discussão de questões referentes à conservação, estimulando uma reflexão crítica acerca da postura da sociedade em relação ao meio em que vivemos; sendo esta interação importante tanto para a formação dos estudantes da UFV quanto para a comunidade envolvida. |