Resumo |
Um dos subprojetos do PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência) do curso de Pedagogia/UFV tem como foco a vivência de práticas de educação inclusiva em escolas públicas. Entre os segmentos de atuação um deles é com alunos que tem Deficiência Intelectual (DI). Esses alunos tem limitações significativas no funcionamento cognitivo,originado antes dos dezoito anos de idade,repercutindo nas habilidades conceituais, práticas e sociais. Com o objetivo de proporcionar o desenvolvimento sociocognitivo dos alunos foram planejadas intervenções pedagógicas. A atuação ocorreu ao longo de um semestre, em duas escolas de Viçosa-MG, uma municipal e uma estadual. Cada turma foi acompanhada por uma bolsista nas atividades acadêmicas em jornada integral, duas vezes por semana. As observações participantes foram registradas descritivamente em relatório pós-evento. Os alunos acompanhados foram dois do 5º ano do ensino fundamental, de escolas distintas e um do 2º período da educação infantil da escola municipal, com idades de 17, 11 e 5 anos de idade, respectivamente. As dificuldades notadas na aluna do 5º ano foram: produção de textos, compreensão de ideias abstratas, e nas operações com reserva, enquanto no aluno da mesma série, elas residiam na subtração com unidades e no atendimento de ordens. O aluno do 2º período fazia a representação da escrita com garatujas e coloria com riscos aleatórios no interior e no exterior da ilustração. Foram utilizados os seguintes recursos para desenvolver a aprendizagem: produção de textos em duplas; atividades manuais, como a montagem de sólidos geométricos; material concreto para as operações matemáticas e, incentivo à assimilação de regras, por meio do diálogo (5º anos). Com o aluno do 2º período foram propostas atividades de estimulação da coordenação motora fina, como modelagem com massinha e em relação à grafia foi dado incentivo para observar o traçado das letras nas palavras antes de copiar. Os avanços alcançados resultaram na escrita de pequenos textos e compreensão dos conceitos de vértice, aresta e faces de um sólido geométrico pela aluna do 5º ano, enquanto o outro aluno, do outro 5º ano, está operando soma e subtração com dezenas, mas com material concreto; tem cumprido algumas regras como aguardar o momento de falar, de comer e de brincar, e concluindo as atividades até o final. O aluno do 2º período assimilou os conceitos, dentro e fora; preenche quase todo o espaço no interior da ilustração e consegue escrever seu nome sem auxílio da ficha, utilizando-a só para comparação. Dessa forma, conclui-se que a aprendizagem dos alunos com DI pode ser potencializada com recursos e estratégias adequados para as diversas situações, e ao mesmo tempo, esta prática pedagógica exercida pelo licenciando corrobora na disseminação de uma educação inclusiva. |