Do Lógico ao Abstrato: A Ciência no Cotidiano

23 a 28 de outubro de 2017

Trabalho 7893

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Exatas e Tecnológicas
Área temática Ciência e Tecnologia de Alimentos
Setor Departamento de Tecnologia de Alimentos
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro CAPES, CNPq, FAPEMIG, FUNARBE
Primeiro autor Rayza Badiani Perim
Orientador EDUARDO BASILIO DE OLIVEIRA
Outros membros Bárbara Teixeira Gomes, JANE SELIA DOS REIS COIMBRA, Lucas de Souza Soares
Título Propriedades físicas de dispersões aquosas de quitosano acidificadas com ácido propiônico ou lático
Resumo Quitosano [poli-(β-(1-4))-2-amino-2-desoxi-D-glicopiranose] é um polissacarídeo obtido pela desacetilação da quitina proveniente de carapaças de crustáceos processados pela indústria pesqueira. Esse biopolímero pode ser disperso em meios aquosos ácidos pois, em tais meios, seus grupos amino são protonados, favorecendo a repulsão eletrostática entre suas cadeias. Dentre outras propriedades biológicas, sabe-se que o quitosano tem efeito hipolipidêmico em mamíferos, por inibir a absorção de lipídios no trato gastrointestinal. Contudo, para que aplicações de quitosano em produtos alimentícios formulados sejam viabilizadas, deve-se conhecer propriedades físicas de dispersões desse biopolímero em meios aquosos contendo ácidos orgânicos alimentares. Neste estudo, foram avaliadas propriedades físicas de dispersões aquosas de quitosano [0,1 g∙(100 mL)-1] em soluções de ácido propiônico ou lático, nas concentrações (C) 10, 20, 30, 40 ou 50 mmol∙L-1. Os sistemas foram agitados por 12 horas a 25 ± 2 °C (Tecnal, TE-184, Brasil), em seguida filtrados e, na fase aquosa, procedeu-se às análises de: pH (Hanna, HI2221, EUA), potencial ζ (Malvern, NanoZetaSizer ZS, Reino Unido) e viscosidade (η) (Cannon-Fenske 51310, Schott, Alemanha). O potencial ζ variou de forma linear em função de C (ácido propiônico: ζ = 76,55 - 0,15C, R2 = 0,922; MAPE = 0,79%; ácido lático: ζ = 80,73 - 0,32C, R2 = 0,990; MAPE = 0,94%). O pH variou proporcionalmente ao logaritmo de C (ácido propiônico: pH = 5,70 - 0,54ln(C), R2 = 0,991; MAPE = 0,56%; ácido lático: pH = 5,00 - 0,61ln(C), R2 = 0,990; MAPE = 0,94%). Com o aumento de C, mais H+ são liberados no meio pelos ácidos, e o equilíbrio -NH2 + H+ ⇌ -NH3+ tende a se deslocar para a direita. Isso explica os valores positivos de ζ das cadeias do polímero, além do ligeiro aumento no pH do meio para valores menores de C. A viscosidade também variou linearmente em função da concentração dos ácidos (ácido propiônico: η = 8,27 - 0,04C, R2 = 0,926; MAPE = 1,5%; ácido lático: η = 7,79 - 0,06C, R2 = 0,945; MAPE = 3,1%). O aparecimento de cargas positivas explícitas nas cadeias poliméricas engendra repulsão eletrostática entre elas e, assim, favorece as interações quitosano-solvente e quitosano-X (X = contra-ânion do ácido). Embora a protonação das cadeias de quitosano tenha ocorrido na presença de ambos os ácidos no meio, os contra-ânions correspondentes (lactato ou propionato) parecem ter interagido diferentemente com as moléculas de quitosano: comparadas às dispersões contendo ácido lático, aquelas contendo ácido propiônico tiveram viscosidades maiores e com taxa de decréscimo ligeiramente menor com o aumento de C. Para se compreender melhor a natureza dos efeitos do contra-ânion do ácido na dispersão de quitosano em meio aquoso, abordagens experimentais complementares são necessárias. A presente, análises de espectroscopia FT-IR e titulações condutivimétricas estão em curso em nosso laboratório, a fim de contribuir para elucidar esses efeitos.
Palavras-chave Quitosano, potencial ζ, viscosidade
Forma de apresentação..... Painel
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