Resumo |
O maracujazeiro azedo (Passiflora edulis) cultivado na região Norte Fluminense hospeda um grande número de insetos pragas, dentre esses a broca da haste do maracujazeiro, Philonis passiflorae O' Brien (Coleoptera: Curculionidae), é considerada a mais difícil de controlar. As lavouras atacadas por P. passiflorae apresentam queda acentuada de produção de frutos, mortalidade de ramos e de plantas, e redução do tempo de vida útil das lavouras. As medidas de controle adotadas no manejo de P. passiflorae limitam-se à eliminação de ramas e plantas atacadas e à aplicação de inseticidas, as quais têm se mostrado ineficientes. Nesse contexto, torna-se fundamental a geração de informações sobre os mecanismos que governam as relações existentes entre esse inseto e suas plantas hospedeiras, essas informações podem ajudar na escolha de práticas e no desenvolvimentos de medidas de controle que podem vir a subsidiar o desenvolvimento de um Programa de Manejo Integrado de P. passiflorae em lavouras de maracujá. Assim, esse trabalho objetivou avaliar a flutuação populacional de P. passiflorae. As avaliações foram conduzidas em uma lavoura de maracujá azedo implantada na estação experimental da Escola agrícola Antônio Sarlo (21º 44’ 47” de latitude Sul e 41º 18’ 24” de longitude Oeste e altitude de 12 metros) no município de Campos dos Goytacazes. O período de avaliação foi de julho de 2016 a junho de 2017, compreendendo as estações inverno, primavera, verão e outono. A cada 15 dias 50 plantas de maracujá foram avaliadas com auxílio de um guarda-chuva entomológico (1 x 1 m). Durante as avaliações o guarda-chuva entomológico foi inserido sob as espaldeiras e ramas das plantas de maracujá foram vigorosamente agitadas para promover a queda dos insetos, em seguida realizou-se a contagem e a coleta de P. passiflorae. Após as coletas, os insetos foram levados para o laboratório, onde foram mortos e conservados em álcool 70% e identificados através de chaves taxonômicas. Realizou-se analise correlação de Pearson entre o número de insetos capturados com o temperatura (°C) e com volume de chuvas ao longo do período de avaliação. Durante o período de avaliação foram capturados 240 exemplares de P. passiflorae, desses os maiores números foram capturados no verão (95 brocas) e no outono (90 brocas) de 2017 e o menor número no inverno de 2016 (9 brocas). Os maiores volumes médios de chuva e as maiores temperaturas médias ocorreram na primavera (144,1mm e 25,9°C), no verão (71,5mm e 28,5°C), e as menores no outono (64,7mm e 24,5°C) e no inverno (24,2mm, 23,8°C). A análise de correlação apontou relação positiva entre a ocorrência de P. passiflorae com o volume de chuva (r=0,44 e p=0,15) e com as temperaturas médias (r=0,26 e p=0,41) ocorridas durante os meses de avaliações, porém essas correlações não foram significativas. A broca da haste do maracujá ocorre com maior frequência no verão e no outono. |