Resumo |
Usualmente os métodos convencionais de determinação da densidade aparente são realizados em corpos de prova de madeira obtidos de métodos destrutivos, não permitindo avaliações intra-inter anéis de crescimento em intervalos micrométricos. O método radiográfico de atenuação de raios X é uma metodologia não destrutiva para a determinar a densidade aparente do lenho, promovendo otimização do tempo, melhor precisão das análises e maior eficiência no processamento dos dados. O presente trabalho objetivou a análise do perfil radial de densidade aparente do lenho de árvores de E. urophylla e E. globulus, utilizando imagens digitais de raios X. De árvores com 7 anos de idade, estabelecidas em plantios florestais da empresa Klabin S.A. unidade Otacílio Costa – SC, obtiveram-se, da base do tronco, seções transversais do lenho que foram secas em condições normais de laboratório para determinação da densidade aparente. Na seção transversal dos discos foram cortadas 2 amostras radiais (20x10 mm), coladas em suportes de madeira, seccionadas em amostras de 2,0 cm de espessura e acondicionadas em câmara de climatização (20°C, 24h e 60% UR, 12-15% UE). Para a obtenção do perfil radial da densidade aparente do lenho utilizou-se o equipamento de raios X digital modelo LX-60. As amostras de lenho da análise de densitometria e uma cunha de calibração de acetato de celulose foram depositadas no compartimento blindado do equipamento de raio X, seguindo-se a operação de calibração e de leitura automática (30 Kv, 19 segundos), produzindo imagens digitais de alto contraste e resolução na tela do monitor. Estas foram salvas em formato JPEG, analisadas por meio do software ImageJ e transformadas, por comparação com a escala de de cinza da cunha, em valores de densidade aparente do lenho a cada 50 μm de distância ao longo da medula-casca. Os dados obtidos foram transferidos para planilha eletrônica e através deles foram construídos perfis radiais de densidade aparente. Os resultados da análise indicaram valores médios para os lenhos de E. globulus e E. urophylla de 0,79 e 0,55 g/cm³, respectivamente. Segundo consta na literatura, materiais de E. globulus, aos 9 anos, possuem, em média, densidade básica entre 0,52 a 0,56 g/cm³ e madeiras de E. urophylla, aos 7 anos, apresentam massa específica básica média de 0,56 g/cm³, sendo estas, 12% menores em relação aos valores de densidade aparente obtidos nas análises. Em ambas avaliações observa-se que os menores valores de densidade encontram-se na região da medula, em consequência da presença de lenho juvenil, e há aumento desses valores ao longo do raio. Essa tendência foi igualmente observada na literatura consultada. Com auxilio dessa ferramenta foi possível detectar com precisão as flutuações de densidade que existem ao longo do perfil radial, sendo indicada em estudos extensos e complexos de avaliação da qualidade do lenho devido à maior operacionalidade e precisão. |