Resumo |
Há um aumento cada vez maior no consumo de alimentos "in natura’’ como meio de suplementação alimentar e por vezes, de emagrecimento. Tais produtos estão sendo comercializados de forma indiscriminada na forma de farinhas. O termo “fator antinutricional” tem sido amplamente utilizado para descrever compostos ou classes de compostos que podem atrapalhar o aproveitamento dos alimentos e reduzir seu valor nutricional. Estudos apontam que os fatores antinutricionais podem provocar efeitos fisiológicos adversos, diminuir a biodisponibilidade de nutrientes por prejudicarem o processo de digestão e absorção dos nutrientes, causando a perda de peso de quem os ingere regularmente, interferindo assim, na seletividade e eficiência dos processos biológicos. Partindo desse pressuposto, buscou-se avaliar a presença e os efeitos in vivo dos fatores antinutricionais, com foco nas lectinas, presentes na farinha de feijão branco e na farinha de maracujá. Para isso, houve a realização de tratamentos com extratos feitos a partir das farinhas citadas em camundongos isogênicos da linhagem BALB/c. Os camundongos foram divididos em grupos, tendo-se o grupo controle, além de três grupos que foram tratados com extratos feitos a partir de farinha de feijão branco e dois grupos que foram tratados com extratos feitos a partir de farinha de maracujá. O tratamento dos animais ocorreu por duas semanas e posteriormente foram submetidos à eutanásia, em que o intestino dos camundongos foi retirado para a construção de lâminas, com análises posteriores. Os resultados obtidos demonstraram que a presença de fatores antinutricionais proporcionaram a perda de peso, lesões intestinais, principalmente em relação às microvilosidades dos enterócitos e alterações no estado imunológico do sistema digestivo dos animais. Assim, estudos tornam-se cada vez mais necessários para o conhecimento dos fatores antinutricionais e seus mecanismos de ação, para a otimização de técnicas que diminuam seus efeitos danosos ao organismo dos consumidores. |