Do Lógico ao Abstrato: A Ciência no Cotidiano

23 a 28 de outubro de 2017

Trabalho 7841

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Exatas e Tecnológicas
Área temática Ciência e Tecnologia de Alimentos
Setor Departamento de Tecnologia de Alimentos
Bolsa FAPEMIG
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro FAPEMIG
Primeiro autor Luana Vidigal Maciel
Orientador ANTONIO FERNANDES DE CARVALHO
Outros membros Maura Pinheiro Alves
Título Proteases de membrana podem ser responsáveis pela proteólise em leite causada por uma estirpe psicrotrófica proteolítica
Resumo As enzimas que atuam na proteólise do leite podem apresentar tanto um efeito benéfico, como também indesejável na indústria de lácteos. Muitas proteases são amplamente utilizadas de forma controlada durante o processamento de alimentos, levando a uma melhor digestibilidade, modificações na qualidade sensorial, bem como aumento do valor nutricional de diferentes produtos. No entanto, a atividade proteolítica não controlada ou indesejada pode afetar negativamente a qualidade dos alimentos. Isto ocorre especialmente em produtos lácteos produzidos a partir de leite contaminado com bactérias psicrotróficas proteolíticas. Essas bactérias são capazes de produzir enzimas proteolíticas termo resistentes associadas a diferentes problemas tecnológicos na indústria de lácteos. Este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da multiplicação de uma estirpe psicrotrófica proteolítica de Pseudomonas fluorescens em temperaturas de refrigeração, preconizadas pela Instrução Normativa n° 62 de 2011, na vida de prateleira de leite microfiltrado. Amostras de leite desnatado e pasteurizado foram inoculadas com a estirpe Pseudomonas fluorescens 041 (104 UFC/mL), incubadas nas temperaturas de 4, 7 e 10 °C por 48 horas e posteriormente submetidas ao processo de microfiltração. As amostras de leite microfiltrado tiveram a atividade proteolítica monitorada até o trigésimo dia através de análises de eletroforese e de composição das frações nitrogenadas. Após o tempo de incubação a população de psicrotróficos atingiu 1,6 x 106, 3,2 x 106 e 4,8 x 106 UFC/mL nas temperaturas de 4, 7 e 10 °C, respectivamente. Após a microfiltração, utilizando membrana de 0,8 µm de tamanho médio de poros, não foi detectada contagem de micro-organismos por mL de leite, dentro do limite de detecção, alcançando reduções logarítmicas de 6,68, 7,09 e 7,22 para micro-organismos mesófilos aeróbicos e de 6,22, 6,51 e 6,68 para psicrotróficos nos leites pré-incubados a 4, 7 e 10 °C, respectivamente. O teor das frações de caseína mensurado a partir dos géis de eletroforese permaneceu constante ao longo de 30 dias de monitoramento indicando ausência de proteólise. Não houve aumento das frações nitrogenadas, nitrogênio não proteico (NPN) e nitrogênio não caseínico (NCN), ao longo do tempo, embora o valor de NCN da amostra pré-incubada a 10 °C tenha apresentado valores médios superiores aos das demais temperaturas. Os resultados mostraram que houve início de proteólise durante a pré-incubação a 10 °C, a qual cessou após a microfiltração. Esses resultados nos levam a conclusão que nas condições em que o experimento foi realizado, as enzimas proteolíticas responsáveis pela proteólise do leite estavam localizadas na membrana da célula bacteriana, as quais teriam sido removidas juntamente com a bactéria pela microfiltração. Esse fato ressalta a importância do conhecimento sobre essas enzimas para a prevenção e controle da proteólise do leite nas indústrias de lácteos.
Palavras-chave Pseudomonas fluorescens, proteólise do leite, leite microfiltrado.
Forma de apresentação..... Painel
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