Resumo |
No campo de estudos em Linguística Aplicada: ensino e aprendizagem de línguas, a importância de se discutir as implicações da formação de professores tem sido crescentemente reconhecida a partir de estudos que focalizam a identidade de professores (REIS, VAN VEEN & GIMENEZ, 2011; BASTOS & MOITA LOPES, 2011; BARBOSA, 2015; ROMERO, FERREIRA & REICHMANN, 2016). Apesar desse interesse, a literatura carece de estudos que inter-relacionem a construção da identidade profissional a conceitos como os de emoções (SÓ, 2005; REZENDE, 2014; BARCELOS & SILVA, 2015) e crenças sobre ensino e aprendizagem de línguas (BARCELOS, 2006, 2007; ARAGÃO, 2011; ZEMBYLAS, 2006), que estão presentes na formação de professores. Apenas alguns trabalhos consideram as crenças (LEITE, 2003; GRATÃO, 2006), por exemplo, como relacionadas à (trans)formação das identidades de professores. Este trabalho é caracterizado como um autoestudo (SAMARAS, 2011), pesquisa de caráter qualitativo em que a própria participante tem papel ativo, investigando, analisando e refletindo sobre suas experiências de ensino. Este estudo teve por objetivo identificar as crenças e emoções de uma professora de inglês em formação inicial e de que forma esses dois construtos, crenças e emoções, se relacionam e contribuem para a construção da(s) identidade(s) profissional(is) dessa professora durante os períodos finais do curso de licenciatura e, mais especificamente, durante o período de estágio. Como instrumentos de coleta de dados foram utilizados um diário onde a participante relatou suas experiências com o estágio, uma narrativa escrita da sua história de ensino de línguas, e dois relatórios finais produzidos para a disciplina de estágio obrigatório de língua inglesa. Os resultados sugerem a presença de algumas emoções como alegria, tristeza, preocupação e amor, entre outras, que estão correlacionadas às crenças sobre a forma como deve se dar o ensino de língua inglesa, destacando os papéis e responsabilidades atribuídas ao professor de línguas e a importância de metodologias mais comunicativas, tidas como efetivas para a professora. |