Do Lógico ao Abstrato: A Ciência no Cotidiano

23 a 28 de outubro de 2017

Trabalho 7760

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Pós-graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Lingüística
Setor Departamento de Letras
Bolsa CAPES
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro CAPES
Primeiro autor Marcelo Rodrigues de Lima
Orientador MARIA CARMEN AIRES GOMES
Outros membros Thalita Rody Machado
Título “Travesti não é bagunça”: uma análise discursivo-crítica das representações de Luana Muniz em práticas midiáticas jornalísticas on-line
Resumo Nesta pesquisa, buscamos promover reflexões sobre como o “corpo diferente”, o que não atende aos padrões de normatividade hegemônica, é construído e representado nas práticas midiáticas jornalísticas sob a perspectiva dos estudos discursivos críticos (FAIRCLOUGH, 2001, 2003). Selecionamos cinco manchetes de notícias em ambiente on-line, e seus respectivos títulos auxiliares, que divulgaram a morte da travesti Luana Muniz, em 06 de maio de 2017. A análise foi desenvolvida a partir de subsídios fornecidos pela ADTO (FAIRCLOUGH, 2001), pelo Sistema de Transitividade (HALLIDAY & MATTHIESSEN, 2004) e pela Teoria dos Atores Sociais (LEEUWEN, 1996), com o objetivo de compreender como se constroem os discursos sobre as identidades travestis e, principalmente, quais são as representações desse corpo nas práticas midiáticas jornalísticas on-line selecionadas (G1, Blasting News, Diário On-line, Estadão e O Dia). A partir das macrocategorias sociológicas de inclusão e exclusão (LEEUWEN, 1996), buscamos analisar como os atores envolvidos nas notícias foram representados nessas práticas midiáticas. Constatamos que Luana Muniz é identificada sempre como travesti, categoria que ora corresponde a uma identidade de gênero, ora a uma função social. Além disso, o destaque dado a ela ocorre sempre em relação à foto com o Padre Fábio de Melo e, apenas em alguns portais, menciona-se o trabalho social desenvolvido por ela, motivo, inclusive, de sua relação com o Padre. Ainda quando seu nome segue acompanhado do atributo “ativista”, o destaque é dado à foto. Isso nos indica que, embora Luana tenha sido figura importante no processo de participação de autonomia e empoderamento de outras travestis, seu projeto social está sempre posto em segundo plano. O que interessa à mídia é noticiar a morte da travesti envolvida com o Padre, e não a travesti responsável pela emancipação de outras em uma esfera social transfóbica, o que dificulta este processo de empoderamento e reproduz estereótipos e diversos tipos de violência sobre essas identidades. Logo, as escolhas lexicais, os processos de classificação e funcionalização e os interdiscursos produzidos nas manchetes e nos subtítulos contribuem para a manutenção das relações assimétricas de poder, desigualdades de gêneros e práticas excludentes.
Palavras-chave Análise de Discurso Crítica, Práticas Midiáticas on-line, Identidade de Gênero
Forma de apresentação..... Oral
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