Resumo |
No Brasil, a violência tem se agravado dia após dia, afetando drasticamente a vida dos cidadãos pela imposição de fortes restrições econômicas e sociais, além de causar uma generalizada sensação de medo e insegurança. Fatores socioeconômicos podem favorecer a criminalidade homicida, dentre os quais se destacam a desigualdade de renda, aumento da taxa de desemprego, a urbanização acelerada, o baixo nível de educação oferecida pelo governo, o acirramento da crise econômica e o retrocesso da algumas políticas sociais. Todavia, para que a criminalidade seja reduzida é preciso que a segurança pública seja discutida e assumida como tarefa e responsabilidade permanente do Estado e a população. Somente com a percepção da real dimensão da violência, será possível enfrentá-la, de modo que a indignação popular seja transcendida e convertida em ações, que poderão gerar uma política eficaz e efetiva de prevenção e controle e, mais, da governança democrática da mesma. O presente trabalho buscou compreender quais são os potenciais fatores que condicionam os homicídios tomando como referência os municípios de Minas Gerais. O estudo tem como marco teórico pesquisas com relação à criminalidade e a segurança pública. Para analisar estes aspectos, foram levantados dados secundários relativos às questões sociais, econômicas, demográficos e repressivos nas bases de dados do IMRS e do DataSUS. Foram analisados 334 municípios de Minas Gerais para o ano de 2013. Para atingir os objetivos, foi realizada uma pesquisa descritiva com abordagem quantitativa. Para determinar as variáveis que influenciam os homicídios dos municípios mineiros foram utilizadas a Análise Exploratória de Dados, a correlação de Pearson e a Regressão Linear Múltipla para verificar o efeito desses potenciais aspectos na incidência de homicídios. Os resultados demonstram que as variáveis mais estatisticamente significativas para explicar o modelo foram renda per capta e taxa de urbanização, seguida do Índice da Qualidade da Educação para o ensino fundamental, o acesso de alunos a laboratórios de informática e, por fim, o número de policiais. Diante do exposto conclui-se que, tanto as ações de combate, quanto as de prevenção são efetivas na redução da criminalidade homicida em Minas Gerais. Assim, conhecer os condicionantes dos homicídios permite à gestão pública implementar ações que evitem a propagação da criminalidade e investir em políticas públicas mais efetivas quanto a este crime. Tem-se, portanto, uma ampla agenda a ser explorada, diante do desafio de se construir uma segurança pública condizente com os anseios da população e correspondente com os deveres do Estado. |