Resumo |
No cenário nacional, aproximadamente três quartos da produção de milho-pipoca é oriunda do centro oeste brasileiro. Localizado em região de cerrado, bioma este, característico por apresentar solos pobres em nutrientes essenciais ao desenvolvimento das culturas agrícolas. Com ciclo bastante complexo e com grande importância para o desenvolvimento vegetal, o nitrogênio (N) é um nutriente limitante para a produção agrícola. Diante disso, objetivou-se com esse trabalho realizar a caracterização fenotípica de oito híbridos de milho-pipoca, sendo quatro deles oriundos de germoplasma temperado (P625, P802, AP2501 e AP4502) – sendo estes, amplamente cultivados no cerrado brasileiro - e quatro de germoplasma tropical (IAC 125, ZELIA, JADE e 05-274/03-566), em dois níveis de nitrogênio (baixo 30 e alto 180 kg ha-1). O experimento foi conduzido em campo, utilizando delineamento em blocos casualizados com três repetições em esquema fatorial 8x2. A parcela era constituída por duas linhas de quatro metros com espaçamento de 0,9m entre fileiras e 0,2m entre plantas, totalizando 5 plantas m-1. Foram avaliados os seguintes caracteres: Dias para antese (DA); Dias para florescimento feminino (FF); Intervalo de florescimento masculino e feminino (IFM); Altura da planta (AP, m) e espiga (AE, m); Número de nós acima (NNS) e abaixo (NNI) da espiga; Número de fileiras (NF) e grãos por fileira (GF); Esfericidade de grão (EG); Capacidade de expansão (CE, ml g-1); e Produtividade em (PG, kg ha-1). Dentre os caracteres avaliados, houve diferença significativa (P<0,05) entre os níveis de N apenas para DA, FF e AE, as quais foram superiores em alto N. Os demais caracteres não apresentaram diferença significativa. O coeficiente de variação experimental variou de 2,90 a 25,11% para DA e NF, evidenciando boa precisão experimental. Com relação aos híbridos, para NF e EG. Não houve diferença significativa em relação a NF e EG para todos os híbridos avaliados. Contudo, para o caractere DA, as maiores médias foram observadas para os híbridos tropicais ZELIA e 05-274/03-566. Além disso, o híbrido tropical ZELIA apresentou desempenho superior em relação aos demais híbridos avaliados para os caracteres FF, IFM e GF. Já o híbrido 05-274/03-566, por sua vez, superou os demais genótipos em AP, AE e NNI. Para NNS e CE, o híbrido que apresentou melhor desempenho foi IAC 125. Já para o caractere PG, o híbrido tropical JADE obteve a maior média. A interação híbrido x dose de nitrogênio foi significativa (P<0,05) apenas para DA e FF, para os demais caracteres avaliados não houve significância. Conclui-se que os híbridos tropicais, com destaque para ZELIA e 05-274/03-566, apresentam melhor desempenho em relação aos híbridos temperados para os caracteres avaliados. Contudo, ainda há uma preferência pelo cultivo de híbridos temperados no centro-oeste brasileiro. A recomendação do cultivo de híbridos tropicais no cerrado brasileiro seria ideal, devido ao melhor desempenho apresentado pelos mesmos. |