Resumo |
A adolescência é definida pela transição entre a infância e a fase adulta, compreendida no período de 10 a 19 anos. Ela é caracterizada por mudanças físicas, emocionais, sexuais, culturais e de possíveis alterações nos hábitos alimentares, culminando em maior necessidade de acompanhamento e intervenções, a serem realizadas a partir de dados antropométricos e questionários sobre o hábito alimentar. Analisar o consumo de embutidos e sua relação com o estado nutricional de adolescentes de um Colégio de Aplicação. Foram analisados os dados de sexo, idade e frequência do consumo de embutidos dos adolescentes do 1º ano de um colégio no ano de 2017, por meio de questionário. Aferiram-se as medidas de peso, estatura e perímetro da cintura. Utilizaram-se os índices antropométricos Índice de Massa Corporal/Idade e Estatura/Idade, de acordo com o sexo e idade para avaliar o estado nutricional dos adolescentes, utilizando o programa WHO AnthroPlus, segundo referência da Organização Mundial de Saúde (2007). Calculou-se a relação cintura estatura (RCE) e os valores de RCE≥0,5 foram considerados presença de risco cardiometabólico (McCARTHY e ASHWELL, 2006). Realizou-se análise descritiva dos dados e teste Exato de Fisher para verificar associação entre consumo de embutidos e estado nutricional. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa com número de parecer 62029216900005153. Dos 103 adolescentes avaliados, 50,5% eram do sexo feminino (n=52) e apresentaram mediana de idade de 16 anos. Em relação ao estado nutricional, 80,6% (n=83) apresentavam-se eutróficos, 12,6% (n=13) sobrepeso, 3,9% (n=4) obesidade e 2,9% (n=3) baixo peso. Em relação à estatura, 100% (n=103) estavam com estatura adequada para idade. Quanto à RCE, 91,3% (n=94) não apresentaram risco cardiometabólico e destes 52,1% (n=49) eram do sexo feminino. Sobre o consumo de embutidos, 86,4% (n=89) dos alunos responderam consumir e destes 51,7% (n=46) eram do sexo masculino. De acordo com a frequência semanal, 31,4% dos adolescentes consumiam uma vez; 27,9% duas vezes; 22,1% três vezes e 18,6% quatro vezes ou mais. Não houve associação entre consumo de embutidos e estado nutricional (p=0,456). Entre os adolescentes avaliados, identificou-se uma prevalência acima do esperado de excesso de peso (16,5%; n=17). Além de alta prevalência no consumo de embutidos (86,4%), grande parte consumindo mais de três vezes por semana (40,7%). De acordo com os resultados, são necessários estímulos a hábitos alimentares saudáveis com ações de educação alimentar e nutricional. |