Resumo |
Compreendermos as dificuldades encontradas por uma parcela majoritária dos alunos no ensino de Química faz-se importante para futuros professores. Esse artigo teve como público alvo os discentes do curso de Química da disciplina de LET 104 – Oficina de Leitura e Produção de Gêneros Acadêmicos, ofertado no 1º semestre do ano de 2017. O presente estudo objetivou verificar as concepções de alunos e professores sobre o ensino de Química. Para isso, buscamos entender os desafios e problemas de se ensinar Química em instituições públicas, pois é perceptível o grande desinteresse e a dificuldade por parte de muitos discentes relacionados à assimilação e ao entendimento dos conteúdos da disciplina em questão. A sua elaboração justifica-se, também, na necessidade de analisar quais as metodologias de ensino-aprendizagem são adotadas pelo professor de química e suas influências no processo de ensino-aprendizagem dos discentes. Para a construção desse artigo foi realizada a pesquisa descritiva, a amostra procedimental utilizada deu-se através da aplicação de um questionário composto de perguntas abertas e fechadas aos alunos de uma escola pública em Coimbra, na Zona da Mata Mineira em concomitância com os dados coletados em entrevista ao professor de química dessa escola e outro docente de outra instituição pública localizada na cidade de Ponte Nova, também no estado de Minas Gerais. De posse das respostas, foram listados alguns desafios e dificuldades, tais como: o desinteresse dos alunos na disciplina, a falta de inovação dos professores em novos meios didáticos, entre outros. Destacam-se as relações com as práticas didáticas, constatando, em sua maioria, apenas a ocorrência de “aulas teóricas”, “aulas experimentais” e “aulas de exercício”. Tal aspecto, aliado ao número excessivo de conteúdo e poucos recursos didáticos disponíveis para transmitir o ensino, é compreensível que o professor opte por métodos mais tradicionais em ambiente escolar, o que nos leva a assumir o pensamento pressuposto de que a frustração e o desinteresse de grande parte dos alunos estão diretamente relacionados a maneira como os docentes abordam os temas nas aulas, ao invés do conteúdo de fato. Como conclusão, chega-se ao resultado de que toda a desestruturação na educação se reflete principalmente nas salas de aula, onde as partes do tripé educação não assumem com responsabilidade seus papéis, tornando-se cada um deles a causa e a consequência de tal problemática: o discente se vê deslocado de sua realidade, imerso num ambiente estratificado, sem perspectiva e, por consequência, torna-se incapaz de se projetar como um ser pensante e tomador de opinião em sala. O professor, por sua vez, ao sentir-se desvalorizado e desmotivado por parte do Estado, passa, em inúmeros casos, a exercer a sua atividade laboral em condições estruturais deploráveis e arcaicas e o Estado, por fim, deixando de cumprir com o seu papel e mantendo o mesmo ciclo vicioso por longos anos. |