Resumo |
Estudos voltados para biomecânica equina estão sendo realizado mundialmente, tendo em vista a importância do setor de equideocultura. Entretanto, são poucos os estudos com a raça Mangalarga Marchador, principal raça de equinos do país. O estudo teve como objetivo descrever a trajetória vertical dos cascos nos membros torácicos de éguas da raça Mangalarga Marchador durante o andamento marcha batida e marcha picada. Foram utilizadas 12 fêmeas, com idade entre 3 e 10 anos 3 e 10 anos (5,7 ± 1,2), que foram divididas em dois grupos de seis animais, onde um grupo foi composto por éguas de marcha batida e o outro de marcha picada. Todos os animais eram atletas, e participaram de Exposição Nacional dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Para realização do estudo biomecânico, foram fixados marcadores reflexivos na região coronária dorsoproximal da muralha de cada casco dos membros torácicos direito e esquerdo. Para obtenção das imagens foi utilizado um sistema de análise cinemática tridimensional (Optitrack® - 240 Hz, PRIME 17 w, Natural Point, Corvallis, Oregon – USA) com 18 câmeras de captura optoeletrônica (infravermelho). As câmeras foram posicionadas ao longo de um percurso de 16 m de comprimento e 2 m de largura, por onde cada animal foi conduzido montado pelo seu treinador na velocidade média. Foram obtidas no mínimo cinco passadas por animal. Todas as câmeras foram sincronizadas pelo programa Motive MTV – BDY (Natural Point, Corvallis, Oregon – USA), onde as imagens foram analisadas e editadas. Os dados foram filtrados de forma digital (10 Hz) para remover os ruídos de alta frequência. Por meio do programa MatLab (MATrix LABoratory, The MathWorks, Inc., Natick, Massachusetts – USA) foram gerados gráficos que possibilitaram calcular as alturas máximas e mínimas do deslocamento vertical de cada membro em todos os animais. Foi utilizada ANOVA seguida pelo teste de Tukey para verificar as possíveis diferenças entre as marchas, membros torácicos e interação entre eles. O nível de significância utilizado foi de 5%. Houve diferença (p<0,05) entre os tipos de marcha quanto à altura do casco em relação ao solo, que se apresentou maior na marcha batida (média: 19,03 cm) em comparação com a marcha picada (média: 16,00 cm). No entanto, não houve diferença quanto à altura do casco em relação ao solo entre os membros torácicos direito (média: 18,02 cm) e esquerdo (média: 16,92). A interação membro e marcha também não foi significativa. Portanto, durante a marcha batida existe maior deslocamento vertical dos cascos em relação à marcha picada, quando executadas em provas oficiais de equinos da raça Mangalarga Marchador. |